Bom dia e boa semana que temos pela frente. Atrás de nós, plebeus lusos, correm os vendedores de banha da cobra eleiçoeiros. Mentiras em barda. Falsidades com o selo dos universitários 'dótores' que se vendem como sábios de tramas políticas, económicas, financeiras e corruptivas. Eles é que sabem. Eles é que têm os livros. Claro que podem correr atrás de nós, plebeus lusos, tesos lusos, explorados lusos mas têm muitos desses que nem por sombras apanham. Portanto a esses não os enganam. A esses e a essas. Parlem, parlem... Palavras que entram a cem e saem a duzentos. Zuca! Lá vão de escorrega para o lugar certo, a pia dos despejos putrefactos e mal cheirosos. Adiante.
Hoje podíamos aqui falar de uma coisa que nos anda a atormentar: o jornalismo. Essa classe profissional que tanto admiramos (às vezes imerecidamente) mas que no computo geral faz das tripas coração para nos fazer chegar trabalho asseado, com dignidade. Obrigado. Continuem e abram bem a pestana.
Aconteceu o quinto congresso da arte daquela profissão, o jornalismo. É disso que se trata na abordagem do Expresso Curto. A divulgação foi merecedora de cobertura nas televisões. Todas elas. Umas a martelo e outras com trato de pinças e plumas. Opções. Para os plebeus é só saber escolher. O que nem sempre sabem. Natural. Chafurdar na trampa deve de dar gooozo. Vide os recos e os Grunhos. Flagrante evidência. Adiante.
Três parágrafos volvidos e acabámos por nada escrever/dizer com interesse e esclarecimento. Não faz mal. Também existem os que consomem palha. É o que dizem os tais sábios. Estudam essas coisas mirabolantes e tudo. Ora bem.
Vamos de abalada. Que se lixe.
Bom dia e uma lata de salsichas para petisco. Já não é mau, também dizem os sábios, jornalistas e não só - que andam atrás do André Ventura e do Chega em procissão ou fila de pirilau.
Alinhemo-nos. Vamos para o Curto. Já! A seguir.
Boas farófias. Cousa de pobretanas. Mas muito boas, apesar de não saberem a nada nem alimentarem nada. Que se lixe, fome é connosco.
Deixamos-vos aqui em baixo a foto preferida (são tantas) de um grande nosso amigo, o BB, jornalista gigante, à séria, sempre. Que apesar de já não estar por cá ainda o sentimos connosco. Obrigado Armando, por tudo. Baptista Bastos, sempre!
Redação PG
JORNALISMO, SEMPRE
Pedro Lima, editor-adjunto de economia | Expresso (curto)
Bom dia,
Terminou ontem o quinto congresso dos jornalistas, que decorreu em Lisboa
durante quatro dias.
“Débora Henriques, 40 anos, quase metade como jornalista na rádio e na
televisão. Recentemente despedi-me e suspendi a carteira profissional na
sequência de um burnout. Decidi mudar de vida porque a profissão que escolhi se
tornou um amor não correspondido e estava a matar a minha sanidade mental. A
pressão, a ansiedade, a falta de tempo para pensar, para planear, para escolher
as melhores palavras e a melhor forma de contar uma história, a falta de
critério e de debate sobre o ângulo, sobre a abordagem, tudo isto estava a
matar-me”.
“O meu nome é Maria Monteiro, tenho 29 anos e sou jornalista de imprensa há
quase oito, entrei no mercado de trabalho com mudança de cidade e falsos
recibos verdes, na altura aceitei porque estava na idade de todos os sonhos mas
os meses e as contas vinham e o que acabou por vir foi uma depressão que trouxe
consigo a ansiedade. Neste tempo todo apenas tive um contrato de trabalho e foi
a substituição de uma colega. A ansiedade, essa, permanece comigo até hoje”.
Estes foram dois testemunhos dos muitos que foram ouvidos ao longo desses
quatro dias. Foram dias em que a palavra “precariedade” se fez ouvir muitas
vezes, intervalando os muitos painéis que discutiram a profissão de jornalista.
Tendo já sido identificados os problemas, discutidas as causas, aventadas
muitas soluções, faltam consensos para as escolher e aplicar – esta foi,
claramente, outra das conclusões desses quatro dias.
Permitam os leitores que se continue aqui a escrever em causa própria para
citar o diretor do Expresso: “Se não lutarmos juntos vamos morrer sozinhos”,
disse João Vieira Pereira no sábado, durante o painel “Financiamento do jornalismo de imprensa e online”, onde
apelou à união entre as empresas de comunicação social para resolver os muitos
desafios que têm em mãos.
Falou-se de muita coisa no congresso, mas a situação da Global
Media acabou por ser um tema transversal, numa altura em que os
trabalhadores da área da imprensa deste grupo – Jornal de Notícias (JN), Diário
de Notícias (DN) e O Jogo – continuam sem receber o salário de dezembro, há
poucas perspetivas para receberem a remuneração de janeiro a tempo e horas, não
restando outra hipótese que não seja ameaçar avançar com a suspensão dos
contratos de trabalho (DN e O Jogo) e com uma greve por tempo indeterminado
(DN) caso o pagamento dos salários de dezembro não seja regularizada até 31 de
janeiro.
Há também situações que os trabalhadores deste grupo querem que
sejam investigadas, que dizem respeito a alegadas transferências de dinheiro
para empresas e familiares dos gestores executivos – três dos quais já
se demitiram, restando José Paulo Fafe, o presidente executivo, que pedem
também que vá pelo mesmo caminho. Isto enquanto se tenta chegar a um acordo
entre acionistas, em que o principal, maioritário, é um fundo de investimento
do qual pouco se sabe, para resolver o futuro do grupo, que já conta com sete
propostas de compra ou manifestações de interesse mas que também conta com uma
guerra de acionistas que urge resolver. Falta também aqui consenso entre
acionistas – e sobretudo perceber, ainda e sempre, quem está por trás de um
investimento feito através de um fundo registado num paraíso fiscal e quais as
suas intenções.
A relação entre a extrema-direita e o jornalismo também esteve
em debate. Tal como o tema da importância da Lusa e de uma eventual oferta
dos seus conteúdos a todos os órgãos de comunicação social
Nota final: há muitas profissões precárias em Portugal, com muitas pessoas a
trabalhar muito e a ganhar muito pouco, histórias que os jornalistas têm
noticiado desde que há quase 50 anos foi derrubada a ditadura do Estado Novo.
São histórias que devem – e têm de – continuar a ser noticiadas, enquanto se
verificarem essas situações. Mas neste momento, e pelos mesmos motivos, como se
viu pelos testemunhos que percorreram o congresso, os jornalistas também estão
– e assim continuarão – a precisar de ser notícia: e assim o congresso terminou
com a convocação de uma greve geral, em data a determinar pelo
Sindicato dos Jornalistas.
OUTROS ASSUNTOS
Convenção da AD O líder do PSD, Luís Montenegro apresentou as propostas do
partido no enceramento da Convenção da Aliança Democrática (AD): um
programa de emergência para a saúde, o acesso universal e gratuito a creches e
ao ensino pré-escolar, até aos 6 anos, e a promessa de “valorização do estatuto
remuneratório” e das “condições” de trabalho das forças de segurança. E parece
ter convencido quem andava pouco entusiasmado com a sua prestação política,
pelo menos a julgar pela análise de Luís Marques Mendes. O ex-presidente do PSD disse no seu comentário habitual dos
domingos na SIC que após dois lançamentos pouco mobilizadores da coligação que
une PSD, CDS e PPM, esta terceira sessão mostrou “iniciativa política”.
Anunciou também que, pelo PS, Mariana Vieira da Silva será a cabeça de lista
por Lisboa, Ana Catarina Mendes por Setúbal e Alexandra Leitão por Santarém.
Pode ler aqui quais foram as figuras e os temas que marcaram a
convenção da AD: Santana, Portas, radicalismos, impostos foram alguns deles,
neste que foi um momento também de alguma recuperação de iniciativa por parte
do CDS, com os discursos de alguns pesos-pesados como o atual líder, Nuno Melo, o ex-líder Paulo Portas e a ex-deputada Cecília Meireles.
Iniciativa Liberal Em doze meses de liderança de Rui Rocha, a Iniciativa Liberal
perdeu mais de 40 membrospor “divergências ideológicas”, acusações de
“nepotismo” e “falta de democracia”.
Polícias em protesto Um protesto das forças de segurança juntou centenas de agentes
diante do Palácio de Belém,
Bloco de Esquerda A líder do Bloco de Esquerda apresentou o programa eleitoral do
partido, com 10 áreas que vão da habitação à saúde, da educação à corrupção.
Mariana Mortágua desafiou todos os partidos a fazerem o mesmo antes dos debates
eleitorais.
Guerra na Ucrânia 698º dia da invasão russa: a Ucrânia atacou ontem um terminal
de gás russo, a Rússia acusou Kiev de “ato terrorista bárbaro”.
Terceira guerra mundial? O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, disse que o seu
país vetará a entrada da Ucrânia na NATO, por considerar que a adesão pode
significar o início da Terceira Guerra Mundial.
Guerra no Médio Oriente O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell,
rejeita a paz imposta por Israel “apenas por meios militares”, defendendo que
deve assentar numa solução de dois Estados. E os ministros dos Negócios
Estrangeiros palestiniano e israelita são recebidos esta segunda-feira em
Bruxelas pelos homólogos europeus. São alguns dos últimos acontecimentos do conflito que opõe Israel ao movimento
palestiniano islâmico Hamas.
Eleições nos EUA O governador do estado norte-americano da Florida, Ron
DeSantis, suspendeu este domingo a campanha para as eleições primárias
republicanas, em vésperas da votação no estado de New Hampshire, e anunciou
que apoia o ex-presidente Donald Trump.
Fábrica chinesa A chinesa CALB iniciou o licenciamento ambiental do seu projeto
para construir uma fábrica de baterias para carros elétricos em Portugal,
no concelho de Sines, com um investimento estimado de 2060 milhões de euros.
Baixas As baixas médicas poderão ser emitidas em serviços de urgência
e no setor privado e social a partir de 1 de março, altura em que entram em
vigor novas regras nesta área, anunciou o Governo.
Sentença de burla Vai ser lida esta segunda-feira a sentença de uma mulher que
simulou ter cancro e à custa disso pediu dinheiro para tratamentos e
uma cirurgia que nunca aconteceram. Anabela Cardoso é acusada do crime de burla
através do qual ficou com 57,8 mil euros do ex-namorado e dos utentes de um lar
de idosos onde trabalhava como assistente social.
FRASES
“O povo português, o povo de Cascais não é um povo estúpido, não alinha em
movimentos e propostas extremistas, populistas que não têm nenhuma
consistência, nenhuma confiabilidade” – Carlos Carreiras, presidente da
câmara de Cascais e ex-dirigente do PSD
“Não estava à espera. Mas vira-se uma página, abre-se outra” – Duarte
Pacheco, deputado do PSD que está de saída do Parlamento
O QUE ANDO A LER
“De estafeta a CEO as decisões que constroem uma liderança” é a história
contada na primeira pessoa pelo fundador da Doutor Finanças, empresa de
intermediação de crédito que promove a literacia financeira. Rui Bairrada
começou a trabalhar como estafeta no Deutsche Bank e foi subindo até se tornar
coordenador na área de parcerias no banco. Após doze anos a trabalhar na banca
decidiu então abraçar o empreendedorismo criando um negócio na área das
finanças pessoais.
O livro propõe-se ser um exercício de partilha, procurando explicar como é
gerir esta empresa e inspirar quem o vier a ler a “encontrar o melhor de si,
dos outros, da vida”. E divide-se em vários capítulos encabeçados por perguntas
e com dicas práticas. É sempre possível ter orgulho no nosso trabalho? Quem
mexe com dinheiro também tem coração? Tem um plano de negócios à prova de uma
pandemia mundial? E quem não liderar com afetos não vai passar da cepa torta?
São algumas das 25 questões que nos coloca.
Logo na introdução e sem medo das palavras o gestor faz uma ‘declaração de
amor’ aos que com ele partilham a direção da empresa: “Apenas sei que os amo.
Porque são família. Porque se tornaram irmãos (e irmã), numa casa de todos,
governada por um amor que se sublima a cada passo que damos juntos”.
PODCASTS A NÃO PERDER
No
Expresso da Manhã de hoje, Paulo Baldaia conversa com as jornalistas Joana
Pereira Bastos e Helena Bento, que fizeram a manchete do Expresso desta semana
com uma notícia sobre o fentanil, a droga que mata mais de 100 mil pessoas por
ano nos Estados Unidos. Por cá, e apesar dos números, a circular da
Direção-Geral de Saúde /DGS) sobre o uso de medicamentos opióides é de 2008 e
considera que “não se confirmam os receios de tolerância e da adição induzidos
por este medicamento”. Pressionada pela manchete do Expresso, a DGS anunciou
que, “tendo por referência os dados epidemiológicos e evidência científica
disponíveis”, vai rever essa circular.
Na convenção da Aliança Democrática, este fim de semana, faltou o Partido
Popular Monárquico, do ator Gonçalo da Câmara Pereira, o que leva o humorista
Ricardo Araújo Pereira a achar que a AD é "um conjunto de três pessoas
composto só por duas". Será que AD, para o líder do PPM, significa
"Andor Daqui"? No
Isto É Gozar Com Quem Trabalha desta semana, Ricardo Araújo Pereira
explica o fenómeno Gonçalo "não apareças à frente" da Câmara Pereira.
Luís Marques Mendes não crê que a TAP vá tirar muito mais votos a Pedro Nuno
Santos, mas considera que o tema é uma sombra que vai pairar sobre o candidato
do PS a primeiro-ministro: "Viu-se esta semana, com questões sobre a TAP,
se tinha ou não tinha incompatibilidades, se o contrato estava ou não estava
bem feito, se Pedro Nuno Santos viu ou não viu". Oiça
o podcast.
Obrigado por estar desse lado.
Continue na nossa companhia em www.expresso.pt.
Boa semana!
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