Madeira abre cisão entre juízes e procuradores. Justiça entra na campanha. Albuquerque sucede a Albuquerque?
Miguel Cadete, diretor-adjunto | Expresso (curto)
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E na manchete desta edição pode ler-se que a Investigação na Madeira está a agravar a tensão entre juízes e
Ministério Público. A menos de um mês das eleições legislativas,
a decisão de um juiz de instrução criminal de libertar Pedro Calado,
ex-vice-presidente do Governo Regional da Madeira e presidente da Câmara do
Funchal, e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia foi recebida como
um pequeno terramoto no meio judicial, ao colocar em xeque a figura da
procuradora-geral da República, Lucília Gago. A decisão, conhecida na
quarta-feira, três meses depois de um outro caso ter levado à demissão do
primeiro-ministro, António Costa, está a cavar um fosso entre o Ministério
Público e os juízes tendo a Justiça entrado de rompante nos debates que
antecedem a campanha eleitoral para as próximas eleições legislativas, marcadas
para 10 de março.
A este propósito, saiba que os programas eleitorais e os candidatos têm
abordado o sector com cautela. Contudo, o PS inscreveu no seu programa,
apresentado ainda antes da decisão sobre a Madeira, uma proposta que visa acabar com uma guerra aberta na hierarquia do Ministério
Público, declarada pelo menos desde 2021.
E no governo regional, como irão ficar as coisas depois da controversa decisão
do juiz de instrução? Tudo indica que Miguel Albuquerque suceda a Miguel
Albuquerque. O futuro político daquele território deverá ser conhecida este
sábado à tarde numa comunicação de Ireneu Barreto. O representante da República
dirá, então, se chama o PSD para indicar um novo presidente do governo
regional ou se mantém o atual executivo em gestão até que Marcelo Rebelo de
Sousa tenha plenos poderes para dissolver o parlamento.
Também no 1º Caderno do Expresso há notícias sobre o caso Pretoriano. Fernando
Madureira, o líder da claque do FC Porto Super Dragões ficará em prisão
preventiva até à realizações das eleições para a direção do clube portuense. A
decisão do juiz justifica-se pelo protagonismo do detido enquanto “cérebro”
de um plano para amedrontar os sócios que apoiavam André Villas-Boas. O despacho revela que, uma vez libertado, Fernando Madureira
poderia voltar a causar tumultos no processo eleitoral em curso.
Saiba ainda que, em Portugal, 25% das pessoas com mais de 75 anos vivem
sozinhas. Todos os concelhos do continente vão ter um “radar social” para
diminuir o isolamento. Políticas sociais pouco viradas para a
autonomia podem explicar a medíocre posição de Portugal face à média europeia.
Na Revista do Expresso, a capa
está entregue a Isabel dos Santos. A bilionária, apesar das contas congeladas e
dos bens arrestados, filha do ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos,
mantém uma vida faustosa no Dubai, onde cativa uma gigantesca comunidade de
seguidores nas redes sociais. Também é procurada pela Interpol. Numa rara entrevista a Christina Lamb, do jornal britânico “The
Times”, falou sobre a perseguição que diz ser-lhe movida pelo governo angolano,
sobre o papel de Portugal nos processos criminais, e ainda do Luanda Leaks - a
informação libertada que é o cerne das acusações com que se debate nos tribunais
de Londres, Lisboa, Luanda e Amesterdão - publicado pelo Expresso. Também se
refere à misteriosa morte do seu marido, Sindika Dokolo, enquanto praticava
mergulho.
A não perder, a grande entrevista de Basílio Horta, atual Presidente da
Câmara de Sintra, onde discorre sobre a sua vida pública desde os tempos
Diogo Ramada Curto tenta deslindar as causas do atraso português partindo da obra de Antero de
Quental até ao livro recentemente publicado de Nuno Palma.
No caderno de Economia, o maior destaque vai para o novo recorde de exportação
de azeite. A boa notícia é que em 2023 foi ultrapassada a fasquia dos mil
milhões de euros, ainda que a quantidade transacionada para o exterior
tenha sido menor. A explicação deve-se ao facto de o azeite ter sido altamente
inflacionado nos últimos meses. Os preços no produtor subiram 150% em 18 meses.
E o consumo em Portugal até baixou.
A habitação é um dos temas que mais preocupam os portugueses, e está
omnipresente nos debates para as próximas legislativas. Uns partidos querem incentivos fiscais, outros propõem travões
aos preços, mas os especialistas consideram que os instrumentos devem ser
complementares. A conciliação é difícil quando o diagnóstico que fazem
é tão distinto.
Ainda na Economia, saiba porque quem se reformou em 2023 não teve aumento nas
pensões: “O Governo criou uma expetativa que agora falhou”.
Tudo isto e muito mais no Expresso.
* Título PG
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