quinta-feira, 20 de junho de 2024

Multiplicação dos Reféns -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Israel continua a comportar-se como se fosse uma potência mundial. Mas é apenas um pequeno estado criado artificialmente no Médio Oriente e com dez milhões de habitantes. O Irão tem 90 milhões e o Iraque 50 milhões. A Síria, mesmo ocupada militarmente pelos EUA ao abrigo da Carta das Nações Unidades e do Direito Internacional, tem 25 milhões de habitantes na área livre. 

Israel tem 22.000 quilómetros quadrados. O Irão tem um milhão 648 mil quilómetros quadrados. O Iraque 448 mil quilómetros quadrados. A Síria livre do estado terrorista mais perigoso do mundo tem mais de 180 mil quilómetros quadrados. Isto para não falar do Egipto, mais de um milhão de quilómetros quadrados e 112 milhões de habitantes.

Israel está o nível do Líbano e da Palestina. A diferença em prejuízo do “estado judaico” está nas forças armadas. Israel tem um efectivo de 178 mil militares. A Síria ocupada ao abrigo da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional tem 270 mil. O Egipto 836 mil. O Iraque 460 mil. O Irão 650 mil. Não incluo a Turquia mas tem mais de meio milhão e são da OTAN (ou NATO). A Palestina tem mais de dez milhões. Todo um povo pronto a lutar pela libertação do seu país. Milhões de seres humanos prontos a darem a vida pela Palestina Livre. Como dizia Agostinho Neto, ninguém combate contra milhões. E se combater perde.

Os nazis de Telavive acabam de anunciar que estão prontos para uma “guerra total”. Falam assim porque ainda acreditam que os EUA vão entrar em campo e esmagar os adversários, como fizeram noutras ocasiões. Falam grosso porque o estado terrorista mais perigoso do mundo lhes dispensou armas atómicas. Entretanto, entretidos a matar palestinos, não deram conta que na região já existe quem tenha também armas de destruição em massa. Aproxima-se o fim do mundo unipolar, pilotado pelos EUA. Satélites, marionetas, servos da gleba e outra escravaria estão condenados à extinção.

O Estado de Israel nasceu torto. Tortíssimo. Ninguém é feliz com a infelicidade dos outros. Ninguém é livre quando a sua liberdade assenta na expulsão dos outros do seu chão. Ninguém vai longe se espezinha pelo caminho quem foi espoliado, deserdado, esmagado pela força das super potências esclavagistas e colonialistas.

Os palestinos foram escorraçados das suas terras pela França, Reino Unido e EUA, o trio do extermínio. E as suas terras oferecidas aos judeus, deserdados e perseguidos há séculos. Não resolveram problema nenhum e criaram mais um, ao colocarem os palestinos na posição de terem de lutar para serem humanos e não espantalhos.Para não serem refugiados e deslocados perpetuamente.

O governo de Israel garante que está pronto para a guerra total. Os nazis de Telavive ainda não perceberam que já não têm as costas quentes pelo estado terrorista mais perigoso do mundo. Que EUA, Reino Unido e França falharam a destruição da Síria como Estado Soberano. Mas não falharam por inabilidade. O falhanço deveu-se à falta de força. Pela primeira vez desde a invasão e ocupação do Iraque, a coligação invasora liderada pelos EUA encontrou pela frente forças armadas que responderam taco a taco. 

Uns quantos jovens de sandálias, montados em motorizadas e com armas que se encontram em qualquer mercado da região, entraram em Israel e fizeram miséria. Inclusive regressaram à Faixa de Gaza com prisioneiros militares e civis aos quais chamam “reféns” como se os milhares de prisioneiros palestinos não sejam reféns!

Os nazis de Telavive dizem que estão quase a destruir o partido HAMAS. Entraram em modo de Hitler. Ele também acreditou que conseguia exterminar os judeus. Impossível. Hoje os judeus são respeitados e admirados. Têm o apoio e a solidariedade de milhões em todo o mundo, do Ocidente ao Oriente, do Polo Norte ao Polo Sul. Netanyahu e sua quadrilha de nazis não vão conseguir colocar o nundo contra os judeus mas estão a fazer aumentar o antissemitismo de uma forma perigosa. 

Porque lhes interessa esse ódio para a “troca do mártir”. Dizem que exterminam palestinos porque eles matam judeus. São contra os judeus. Tudo mentira. Já ninguém acredita nas aldrabices cozinhadas pelo estado terrorista mais perigoso do mundo.

E se os judeus querem continuar a ser respeitados no mundo têm de se desfazer imediatamente dos nazis de Telavive. Não acreditem que Israel é uma democracia. Porque os democratas não são genocidas. Não ocupam militarmente a terra dos outros. Não matam milhares de crianças e Mamãs. Não bombardeiam hospitais, escolas e campos de refugiados. Esse é o programa nazi do estado terrorista mais perigoso do mundo para o Médio Oriente, que os democratas israelitas têm de recusar.

Por favor, lembrem-se que uns jovens mal armados e mal treinados fecharam o Mar Vermelho e fizeram fugir um grande porta-aviões dos EUA para não ir ao fundo. Afundam navios mercantes. O trio do extermínio (EUA, Reino Unido e França) garante que vai acabar com eles e as operações continuam com mais intensidade. Se não conseguem travar os Hutis do Iémen como vão enfrentar as forças palestinas que são milhões? Impossível.

Hoje fico por aqui. Estou a preparar a história de um refém angolano nas mãos dos terroristas que se servem de instituições respeitáveis como a Procuradoria-Geral da República e os Tribunais para extorquirem, prenderem arbitrariamente, acusarem e condenarem sem provas, fazerem de julgamentos autênticas farsas.

Se as angolanas e os angolanos permitirem que os terroristas façam reféns que são nossos parentes, nossos vizinhos, nossos compatriotas, um dia destes ninguém fica a salvo. E os terroristas vão derrubar tudo o que seja obstáculo ao latrocínio disfarçado de “recuperação de activos”. Do Poder Judicial ao Poder Legislativo, das forças de defesa e segurança, aos serviços públicos e aos Media, tudo é arrasado. Vamos ser todos reféns do chefe Miala e do seu ajudante Pita Grós. 

* Jornalista

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