Artur Queiroz*, Luanda
“Angola Chave para África” é um livro de 1968, editado em Lisboa pela Parceria A. M. Pereira. Autor, Mugur Valahu. Este era tenente do exército romeno quando foi combater para a frente russa integrado nas hordas de Hitler. Depois da guerra fugiu para Paris. Aí fez a via do costume: BBC e Rádio Free Europe. Depois tornou-se secretário-geral da União dos Jornalistas Livres da Europa Central, tipo Teixeira Cândido. Os fascistas adoram as palavras livre e liberdade. Mugur Valahu foi contratado pelo regime colonialista de Lisboa para escrever “Angola Chave para África” com a colaboração da PIDE/DGS.
“Jonas Savimbi Chave para África” é um livro de Fred Bridgland, editado pela Perspectivas & Realidades, em Lisboa, 1988, dez anos depois da propaganda fascista e colonialista. O dono da editora é um tal João Soares, que ficou com a boca torta depois de uma aterragem forçada na Jamba. Em homenagem ao Jonas Malheiro Chaveiro, assassino e criminoso de guerra, o seu filho também se chama Jonas. João Lourenço e Esteves Hilário adoptaram o nome Malheiro como pseudónimo quando resolvem insultar e caluniar dirigentes, militantes, amigos e simpatizantes do MPLA.
“Angola é chave para África” disse o bakongolês Tulinabo Salama Mushingi que fez papel de embaixador dos EUA em Luanda, entretanto substituído por uma senhora invisível que pernoita no Cemitério do Alto das Cruzes ou mesmo num covil das barrocas do Miramar. O senhor concedeu mais uma entrevista à TPA. Garantiu que Angola é a chave para África e João Lourenço o São Pedro que tem chaves para abrir tudo. Campeão para a paz no Sudão e no Leste da República Democrática do Congo.
A Casa dos Brancos mandou a
agência noticiosa Reuters dizer que Joe Biden vai visitar Angola
Sem querer meter-me onde não sou chamado, deixo aqui uma sugestão. Joe Biden é um pobre diabo que sofre de demência senil. Já nem consegue articular as palavras. Sempre que se desloca, nem que seja do quarto para a sala, leva atrás dele uma numerosa equipa para lhe muda uma fralda que absorve tudo, até o mau cheiro. O seu partido declarou-o incapaz na candidato à Presidência nas próximas eleições nos EUA. Daqui a uns dias vai para casa.
O Presidente João Lourenço devia responder ao desaforo do Tulnabo Salama Mushingi de uma forma clara e contundente. O seu porta-voz, jornalista Luís Fernando, com o repuxo do Palácio da Cidade Alta em fundo, faz a seguinte declaração: “A agência noticiosa Reuters informou que o Presidente Joe Biden visita Angola em Outubro, sendo esta a sua primeira viagem a África. A Presidência da República desmente liminarmente tal notícia. O Presidente João Lourenço não tem espaço na sua agenda para receber o seu homólogo norte-americano, até final de Janeiro deNa entrevista à TPA e ante o silêncio cúmplice do perguntador em modo de combina, Tulinabo Salama Mushingi anunciou que a Boeing vai abrir uma fábrica de aviões em Angola! Qualquer aprendiz de jornalismo perguntava como está a maka do fabrico de aviões com graves defeitos, que perdem peças no ar. Em que ponto está a investigação às denúncias públicas de altos quadros da Boeing que apontam para crimes cometidos pela gestão da empresa, pondo em causa a segurança das aeronaves. Nada.
Agora sabemos que a Casa dos Brancos quer fazer com os aviões aquilo que os portugueses faziam com o vinho: Produtos fabricados e exportados exclusivamente para pretos! Estas coisas acontecem e não há uma palavra de indignação. Um gesto de revolta, nem que seja um grande manguito!
O Presidente José Eduardo dos Santos cometeu um grande erro ao escolher João Lourenço para o cargo de líder do MPLA. Mas não façam confusões. Nada indicava que a escolha fosse errada. Pelo que conheço, o escolhido era, entre os possíveis substitutos, aquele que mais provas deu na direcção do MPLA. Mas como o poder corrompe, um militante e dirigente exemplar tornou-se verdadeiramente um desastre.
As candidaturas anunciadas à liderança do MPLA no próximo congresso são uma tábua de salvação para João Lourenço. Uma escapatória providencial. Uma forma de se limpar do seu rotundo fracasso político como mais alto magistrado da Nação Angolana. E ele, em vez de ficar grato aos putativos candidatos, insulta, calunia, persegue, abandalha. Triste figura. Agora os seus arautos informaram que o chefe Miala é o seu candidato.
Bem vistas as coisas, não me parece mal. O primeiro presidente de Angola era médico, o segundo engenheiro, o terceiro filho de enfermeiro e o quarto pode ser um negociante de ossadas. Fechamos o ciclo com a morte. Depois, como é impossível descer mais baixo, começamos a subir de novo. A esperança é imortal.
As falsas notícias estão a envenenar o espaço mediático. Aparentemente as autoridades não estão preocupadas com o descalabro. Agora puseram a circular que o chefe Miala vai apresentar ao Presidente da República os nomes dos contrabandistas de combustível. E nomeiam um ministro! A aldrabice circula em alta velocidade.
Ninguém dá conta que existe um processo, corre uma investigação, há segredo de justiça e quem tem o dever de revelar os nomes dos implicados, seja em que crime for, é quem tem a tutela da investigação e acção penal. O chefe Miala nada tem a ver com isso. Era só o que faltava para acabar de vez com a credibilidade do Poder Judicial. Já basta a submissão do Procurador-Geral da República, Pita Grós, mais desgastado do que Joe Biden. E não vem em seu socorro nenhuma Kamala Harris!
*Jornalista
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