Artur Queiroz*, Luanda
Joe Biden vem a Angola abrir portas ao investimento privado dos norte-americanos. Lá nos fundos da História de Portugal a rainha Santa Isabel fez o milagre das rosas, transformando pão e toucinho em flores para não irritar o rei que cantou às flores do verde pinho. Nos nossos dias o Partido Democrático excluiu o ainda Presidente dos EUA da candidatura a um novo mandato, por não ter condições físicas e mentais para a função. Os seus correligionários não confiaram nele. Os nababos do dinheiro vão confiar trazendo rios de dinheiro para Angola. De certeza! O Destruidor Implacável tem de ir ao psiquiatra. Urgentemente.
O Presidente João Lourenço disse numa entrevista ao jornal New York Times que os EUA e Angola vão ajudar África a ter boas infraestruturas. De certeza. Em Angola, no ano de 1975, os gringos e seus matadores partiram pontes (uma delas foi a Freitas Morna no rio Mbdridge), barragens, unidades de saúde, instituições bancárias aeroportos, sedes dos governos provinciais, fábricas, tudo.
Os gringos e seus mercenários mataram em Angola milhares de civis indefesos. No Sul foram ainda mais eficientes. Bombardearam as instalações do Governo do Cunene, partiram tudo com bombardeamentos aéreos, desde Namacunde até à Cahama. Massacraram populações na Huíla.
No Cuando Cubango foi um festival. O estado terrorista mais perigoso do mundo e seus sócios do regime racista de Pretória partiam todos os dias a ponte que liga o Triângulo do Tumpo ao Cuito Cuanavale. Foi aqui que começaram a usar “drones” como armas de guerra. Arrasavam diariamente a pista de aviação da vila, construída pelos portugueses para a força aérea da Rodésia e África do Sul durante a guerra colonial. Estas aeronaves transportavam as forças especiais (comandos e paraquedistas) nas operações contra os guerrilheiros do MPLA desde as nascentes do Ninda até ao Lucusse.
Em África os EUA construíram milhões de infraestruturas desde as Independências Nacionais até os movimentos de libertação das colónias portuguesas derrotarem o colonialismo e a OTAN (ou NATO). Lamentavelmente, Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos acabaram com essas maravilhas.
Os EUA construíram infraestruturas preciosas nos quintais das casas dos musseques das cidades e vilas africanas. Depois vieram os guineenses, moçambicanos e angolanos. Acabou o progresso. Graças ao Presidente João Lourenço, Angola e os EUA vão retomar a construção de infraestruturas em África. Cemitérios, campos de concentração, rotas do tráfico de droga, esquemas de kamanga, quadrilhas organizadas especializadas em tráfico de seres humanos e contrabando de combustíveis com preços subsidiados (Angola).
Na entrevista de João Lourenço ao New York Times voltou a ladainha da queda dos partidos que conduziram as independências em África. O entrevistador puxou da trança e afirmou que o ANC caiu de 58 por cento para 40 por cento, sinal de que os partidos libertadores estão a perder espaço. João Lourenço embrulhou-se todo. E apontou os partidos no ocidente que governam com menos de 30 por cento dos votos.
Excelência, o ANC caiu de 58 por cento para 40 porque concorreram dois ANC às eleições. O do Presidente Ramaphosa e o do Presidente Zuma. A FRELIMO acaba de ganhar eleições com maioria qualificada e o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, teve 70 por cento dos votos. Esmagamento total dos amigos do estado terrorista mais perigoso do mundo. Tomara eu que o MPLA tenha o mesmo desempenho em 2027.
O excepcional político da Kanata, filho de enfermeiro e Destruidor Implacável decidiu aplicar sanções à empresa russa Alrosa, defenestrando-a da Sociedade Mineira de Catoca e da Diamantes Kimberlito Luele. Temo que os russos lhe saquem o papel onde dizem que João Lourenço sabe escrever a palavra História.
O ministro Diamantino Azevedo, para idiota chapado, só lhe falta comer kalulu pelo ânus. Já come gelados com a testa. Explicou que a expulsão da Alrosa se deveu “às sanções do G7 e da União Europeia que proíbem a importação de diamantes russos”. Angola é do G7? Angola fica na Europa? Este está podre de estupidez.
A empresa russa foi substituída pela Maden Group, com sede em Omã, mas com abundantes ligações aos Emirados Árabes Unidos. Cá para mim o chefe Miala e o Destruidor Implacável querem como moeda de troca a entrega da empresária Isabel dos Santos para lhe comerem a fortuna.
No primeiro mandato presidencial, João Lourenço fez Angola regredir à ditadura de Mobutu e seus sequazes. No segundo mandato já ultrapassou Idi Amin. Agora luta heroicamente para ultrapassar o imperador Bokassa em primarismo e bestialidade. Não admira. Admirável é os 100 membros do Bureau Político estarem em silêncio sepulcral ante o descalabro. Mais estranho ainda é que nem uma voz dos 693 membros do Comité Central se revolta contra a degradação política do MPLA, promovida pelo seu líder.
Angola chegou à Independência em 11 de Novembro de 1975 porque em períodos diferentes mas decisivos, teve o apoio, entre outros, da União Soviética, Jugoslávia, Argélia, Cuba e vários países do Leste da Europa. Nas comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, João Lourenço iniciou o programa ajoelhando-se aos pés do estado terrorista mais perigoso do mundo e destruidor de Angola. Sancionou o parceiro mais destacado, desde o início da Luta Armada de Libertação Nacional. Pior é impossível. Vai ficar sem o papel onde os soviéticos dizem que sabe escrever a palavra História.
Mas não faz mal. O Biden vai oferecer-lhe um diploma de uma qualquer universidade norte-americana, financiada pela CIA e o Pentágono. O filho de enfermeiro vai ficar todo inchado. É o maior.
* Jornalista
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