Deutsche Welle | Lusa
Venâncio Mondlane diz que aceita encontro proposto por Filipe Nyusi desde que seja "por via virtual". O candidato quer um diálogo alargado. Esta tarde, pediu também uma avalanche de queixas-crime contra a polícia.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane apresentou hoje "os termos de referência" para o encontro proposto pelo Presidente Filipe Nyusi com os quatro candidatos presidenciais às eleições de 9 de outubro.
No documento, Mondlane propõe um formato alargado com a participação de instituições do Estado, individualidades da sociedade moçambicana e observadores (Nações Unidas e União Africana).
Nos termos de referência, o candidato apoiado pelo PODEMOS exige ainda a extinção imediata dos "ilegais, parciais e imorais" processos judiciais contra si. Além disso, pede que a sua participação na reunião seja "por via virtual".
As exigências não ficam por aqui. Mondlane exige ainda o "acesso livre e diário das sessões pela imprensa no diálogo", a "libertação de todos os detidos no âmbito das manifestações" e "garantias de segurança política e jurídica para os atores e intervenientes no diálogo em crise".
A carta dirigida ao chefe de Estado sugere também 20 pontos de agenda para o encontro, que, segundo Mondlane, "representam os anseios do povo moçambicano". O primeiro dos pontos enumerados é a reposição da verdade e justiça eleitorais.
"Quarenta mil pessoas escreveram [e-mail] para mim e está tudo resumido na carta", disse ontem o político.
Mondlane pede avalanche de queixas-crime contra políciaEsta tarde, Venâncio Mondlane apelou ainda aos moçambicanos para submeterem queixas-crime em "todas as esquadras e procuradorias" contra a atuação "excessiva" da polícia durante as manifestações em contestação dos resultados eleitorais.
"Todo Moçambique, nos próximos quatro dias, vamos submeter queixas-crime em todas as esquadras e procuradorias. Todas as procuradorias têm de receber processos-crime sobre os nossos irmãos que foram mortos, feridos, agredidos e humilhados pela atuação excessiva da polícia", pediu Mondlane, numa transmissão feita na sua conta na rede social Facebook.
"Todos os bairros, todos os distritos, todos os quarteirões, casas, mesmo que não tenham morto ninguém na sua casa, mas se você sabe que mataram vizinho, junte-se, arranje testemunhas e vão meter queixa-crime contra a polícia que matou. Vamos inundar as esquadras e procuradorias com processos contra polícias", insistiu o candidato presidencial.
A polícia moçambicana dispersou hoje com disparos de gás lacrimogéneo centenas de manifestantes pró-Venâncio Mondlane que contestam os resultados eleitorais, cantando, de joelhos, o hino nacional, no centro de Maputo.
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