No início do Fórum Econômico Mundial, em Davos, ONG de combate à pobreza afirma que riqueza dos maiores bilionários do mundo aumentou 114% desde 2020, enquanto a renda dos 60% mais pobres diminuiu.
As fortunas dos cinco homens mais ricos do mundo mais do que dobraram desde 2020, enquanto 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres, segundo um relatório da ONG de combate à pobreza Oxfam.
No documento divulgado nesta segunda-feira (15/01), por ocasião do encontro da elite econômica global no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a Oxfam International afirmou que, somadas, as fortunas das cinco pessoas mais ricas do mundo – Elon Musk (Tesla, SpaceX), Bernard Arnault (LVHM), Jeff Bezos (Amazon), Larry Ellison (Oracle) e o megainvestidor Warren Buffet – aumentaram 114%, o que corresponde a 464 bilhões de dólares (R$ 2,26 trilhões), chegando a 869 bilhões de dólares no ano passado.
O relatório avalia que as 148 maiores empresas do mundo tiveram lucros somados de 1,8 trilhão de dólares no 12 meses encerrados em junho de 2023, ou seja, uma alta de 52% sobre a média de três anos, o que gerou rendimentos vultuosos aos acionistas, ao mesmo tempo em que milhões de trabalhadores enfrentam uma inflação em alta e menor poder aquisitivo.
"A desigualdade não é um acaso: a classe dos bilionários garante que as grandes corporações lhes entreguem mais riquezas às custas de todas as outras pessoas", afirmou o diretor-executivo interino da Oxfam, Amitabh Behar.
Desde 2020, o poder financeiro de quase 4,77 bilhões de pessoas – ou 60% da população mundial – caiu 0,2% em termos reais, segundo a entidade.
A Oxfam lançou um apelo aos governos para que reduzam o poder das grandes empresas através da quebra de monopólios de modo a avançar no combate às desigualdades, além de instituir impostos sobre o lucro e a riqueza e promover alternativas ao controle de acionistas, como aumentar a participação dos trabalhadores na administração empresarial.
"O poder das grandes empresas é usado para gerar desigualdade ao arrochar os trabalhadores e enriquecer os acionistas mais ricos, driblar impostos e privatizar o Estado", diz a ONG.