António Deus | Deutsche Welle
As próximas horas em Moçambique serão de tomadas de posse e manifestações. O novo Parlamento toma posse em Maputo, enquanto Venâncio Mondlane convocou novos protestos até quarta-feira, dia da investidura de Daniel Chapo.
Para esta segunda-feira (13.01) está marcada a tomada de posse dos 250 deputados eleitos à X Legislatura da Assembleia da República. E na próxima quarta-feira (15.01), Daniel Chapo, candidato proclamado pelo Conselho Constitucional como vencedor das eleições de 9 de outubro de 2024, irá tomar posse como novo Presidente de Moçambique.
Segundo o correspondente da DW
De regresso ao país dois meses e meio depois, o candidato presidencial apoiado pelo PODEMOS apelou a novas manifestações pacíficas nos próximos três dias, contestando o processo eleitoral.
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Venâncio Mondlane, que é considerado por muitos moçambicanos como o "Presidente do povo", pediu à população para mostrar "quem é que manda" em Moçambique. "O povo vai demonstrar que a soberania está exatamente no povo", sublinhou.
"Temos de nos demonstrar na segunda-feira com cartazes contra os traidores do povo. Na quarta-feira, dia 15, vai ser contra os ladrões. Não há que destruir nenhuns bens privados, não há que destruir nenhuns bens públicos, Não há que atacar os nossos irmãos", apelou.
Apesar do apelo a nova onda de manifestações, Mondlane disse ontem em direto no seu Facebook, que está disponivel para uma pacificação nacional, exigindo algumas medidas para participar no diálogo político, visando por fim à tensão pós-eleitoral no país.
Boicote da oposição
Mas não são apenas muitos dos meros cidadãos moçambicanos que acompanham os apelos de Venâncio Mondlane. O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) vão boicotar a tomada de posse dos deputados na Assembleia da República.
A "perdiz", antigo partido político de Mondlane, anunciou pelo seu porta-voz, Marcial Macome, que o partido da oposição não irá participar na tomada de posse dos deputados. "O partido Renamo entende que é preciso respeitar a vontade do povo. E a vontade do povo passa necessariamente por realização de eleições livres, justas e transparentes e não em eleições administrativas", disse Macome.
Em sentido contrário está o PODEMOS. O segundo partido mais votado nas últimas eleições, e que apoia Mondlane, estará presente para a tomada de posse dos deputados e tem até dois candidatos à Presidência da Assembleia da República: Carlos Tembe e Fernando Jone.
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