sexta-feira, 4 de abril de 2025

Angola | Os Kambas do Muadié Ministrito – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O Faquir Yong foi ao Negage mostrar que nada é impossível. Ele bebia petróleo, comia lâmpadas e deitava-se com as costas nuas numa cama com pregos afiados. Nem uma gota de sangue! Fazia aparecer e desaparecer a sua assistente, mulher lindíssima e mais elegante do que a Marylin Monroe. Tirava moedas dos ouvidos dos espectadores da primeira fila. Eu vi o Faria largar dinheiro, até do nariz, para a mão do faquir. 

Manuel Homem deu uma de influenciador e criou na internet o Gabinete do Ministro. Eu vi. Durante longos minutos ele pede encarecidamente aos seus seguidores para denunciarem. Denunciem, denunciem sempre, denunciem mais, mais ainda, outra vez. Apontem o dedo. Não tenham medo, ninguém vai saber. Sejam denunciantes. Apontem o dedo, denunciem, denunciem mais ainda. 

Sempre sonhei ser o Homem da Máscara de Ferro. O Homem Pássaro. O Homem Macaco, mais conhecido por Tarzan. Homem Número Um. O Homem do Saco, que havia de chegar para me esconder nas cavernas da serra do Pingano, quando não comia a sopa. 

Depois o Saramago matou os meus sonhos com o livro “O Homem Duplicado”. Mas agora os sonhos viraram pesadelo medonho. No Executivo de Angola está o Homem Batráquio que nunca passará de girino cabeçudo. O influenciador trata os seguidores por kambas! Meus kambas denunciem, denunciem, apontem o dedo. Não se esqueçam deste ministrito que adora bufos e bufaria. O vosso Homem Batráquio.

O Ministério do Interior está nas mãos de um Homem Batráquio que nunca passará de girino cabeçudo. Tem muitos kambas. Adora bufos. Quer fazer de Angola terra de bufos. Um ministrito miniatura, desmiolado, que governa para os kambas.

João Lourenço já tem uma motosserra com alma de cabeleireira, nas Finanças. Tem uma rechonchuda, com gordura rançosa na cabeça, à frente do ministério do desemprego e insegurança social. Uma megera insanável. A equipa ficou completa com o Homem Batráquio à frente das polícias. Vai a despacho com os kambas na internet e a segurança das populações que se lixe. 

Os nazis de Telavive mataram socorristas e paramédicos da Cruz Vermelha na Faixa de Gaza. Destruíram ambulâncias à bomba. Depois enterraram a sucata e os mortos num aterro. O crime hediondo foi descoberto e eu vi, ninguém me contou, as máquinas desenterrando as viaturas destruída e os corpos destroçados. O comandante das tropas de Israel explicou calmamente o que aconteceu: “As ambulâncias aproximaram-se sem aviso de uma zona onde estavam as nossas tropas. Tivemos que agir”. 

O governo de Telavive já não esconde que vai ocupar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Um ministro nazi diz que “o território da Palestina é o berço da nossa pátria”. Os países da União Europeia apoiam silenciosamente. E prendem quem se manifesta a favor da Palestina. Nos EUA acontece o mesmo. 

Já ouviram falar em sanções? Para quem já matou quase 50.000 civis inocentes, feriu mais de 80.000 e destruiu grande parte da Palestina não há sanções. Os amigos são para as ocasiões. E os nazis, paulatinamente, vão dominando a “civilização ocidental”.

Os nazis de Telavive mataram mais de 200 jornalistas na Faixa de Gaza, em pouco mais de um ano. Só no passado mês de Março mataram sete. O alto comando militar de Israel quer provocar “um apagão mediático” na Palestina. 

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos emitiu um comunicado solidarizando-se com os colegas assassinados na Palestina. Mas um qualquer faquir comedor de vidros e bebedor de petróleo fez desaparecer o documento. Vai reaparecer em forma de moedas tiradas dos ouvidos e do nariz do nazi Netanyahu. Ou mesmo do Adalberto da Costa Júnior, o patrão mais próximo e mais íntimo. 

João Lourenço tem um cárcere privado onde mantém refém o empresário Carlos São Vicente. Para fazer prova de vida pôs a sua tropa nos Media a falar novamente dos hotéis da empresa AAA Activos Lda. roubados escandalosamente. 

O Antro da Cidade Alta começa a perder a vergonha. Um qualquer faquir habilidoso fez desaparecer a dignidade de quem governa. Sem honra, sem dignidade e sem liberdade qualquer dia regredimos ao tempo do chefe Poeira.

* Jornalista

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