Regime do Presidente Bashar al-Assad
ANA GOMES FERREIRA - PÚBLICO
Cerca de 100 pessoas foram mortas ontem em várias cidades da Síria onde decorreram manifestações contra o regime do Presidente Bashar al-Assad. Segundo informações recolhidas pela televisão Al-Jazira, as vítimas são de Homs, Douma e Azraa.
A partir de Homs, uma testemunha relatou como um grupo de 200 pessoas se destacou do corpo da manifestação, entrando primeiro na rua de acesso à praça central da cidade. Ali, foram recebidos com tiros. "De repente, as forças de segurança começaram a disparar para todos os lados".
Os grupos da oposição marcaram, para hoje, uma jornada de protestos que querem que seja decisiva para o futuro do regime. Foram convocadas manifestações para 40 cidades em toda a Síria, na que é a primeira acção conjunta da oposição desde que a sublevação pró-democracia começou, em Março.
Fiel à resposta que deu, desde o início, à vaga de contestação, Assad mobilizou a polícia e as tropas que patrulhavam fortemente as cidades. A correspondente da Al-Jazira em Damasco (um dos poucos jornalistas estrangeiros no país) conta que o nível de tensão na capital atingiu um nível nunca visto. "Não foi uma grande manifestação e foi dispersada muito depressa porque a presença das forças de segurança era brutal". Foram disparadas granadas de gás lacrimogéneo e, a seguir, a polícia montou checkpoints e pedia a identificação a quem se aproximava.
Em Hasakah, os testemunhos recolhidos pelas televisões e agências de notícias dizem que a polícia agrediu violentamente os manifestantes.
A repressão dos protestos pró-democráticos matou pelo menos 220 pessoas na Síria desde Março. E os próprios organizadores do protesto nacional de hoje admitiram esperar mais tiroteios e, portanto, mais um banho de sangue.
A este dia, a oposição chamou "A Grande Sexta-Feira" e é a primeira acção coordenada de todos os grupos contra o regime ditatorial de Bashir al-Assad, que há dias levantou o estado de emergência que vigorava no país desde os anos de 1948 e que proibia as manifestações.
As palavras de ordem mais ouvidas, segundo a Al-Jazira, pediam a abolição do Partido Baas, no poder, e a transformação da Sìria numa democracia.
Comunicado conjunto
Os grupos da oposição marcaram, para hoje, uma jornada de protestos que querem que seja decisiva para o futuro do regime. Foram convocadas manifestações para 40 cidades em toda a Síria, na que é a primeira acção conjunta da oposição desde que a sublevação pró-democracia começou, em Março.
Fiel à resposta que deu, desde o início, à vaga de contestação, Assad mobilizou a polícia e as tropas que patrulhavam fortemente as cidades. A correspondente da Al-Jazira em Damasco (um dos poucos jornalistas estrangeiros no país) conta que o nível de tensão na capital atingiu um nível nunca visto. "Não foi uma grande manifestação e foi dispersada muito depressa porque a presença das forças de segurança era brutal". Foram disparadas granadas de gás lacrimogéneo e, a seguir, a polícia montou checkpoints e pedia a identificação a quem se aproximava.
Em Hasakah, os testemunhos recolhidos pelas televisões e agências de notícias dizem que a polícia agrediu violentamente os manifestantes.
A repressão dos protestos pró-democráticos matou pelo menos 220 pessoas na Síria desde Março. E os próprios organizadores do protesto nacional de hoje admitiram esperar mais tiroteios e, portanto, mais um banho de sangue.
A este dia, a oposição chamou "A Grande Sexta-Feira" e é a primeira acção coordenada de todos os grupos contra o regime ditatorial de Bashir al-Assad, que há dias levantou o estado de emergência que vigorava no país desde os anos de 1948 e que proibia as manifestações.
As palavras de ordem mais ouvidas, segundo a Al-Jazira, pediam a abolição do Partido Baas, no poder, e a transformação da Sìria numa democracia.
Comunicado conjunto
No primeiro comunicado conjunto, a oposição reunida no Comité Local de Coordenação — que tem representantes de todas as províncias do país — é afirmado que “a liberdade e a dignidade só podem ser alcançadas através de um processo de mudança pacífico”. “Todos os presos políticos têm que ser libertados. O aparato de segurança tem que ser desmantelado e substituído por outro com atribuições especificadas pela lei e qu eopere de acordo com a lei”.
Uma fonte da Al-Jazira dizia: “A grande questão, a pergunta que está na cabeça de toda a gente, é: o que acontecerá. Na passada sexta-feira as pessoas tentaram realizar uma marcha na capital e foram obrigadas a recuar com gás lacrimogéneo. O que vemos neste momento são as forças da ordem a posicionar-se de forma a impedir a concentração das pessoas, isso está a acontecer em Homs e Deraa[onde na segunda-feira foram mortos 22 manifestantes], por isso vai ser difícil aos manifestantes chegarem ao centro das cidades porque as forças policiais já lá estão”.
As autoridades sírias dizem que a violência tem origem em grupos armados de muçulmanos sunitas. Estes constituem 85 por cento da população, mas a elite dirigente é alauíta (um ramo xiita).
Notícia actualizada às 15h30
Sem comentários:
Enviar um comentário