MARTINHO JÚNIOR
PARA ÁFRICA E EM FORÇA, A “MODESS DEMOCRACY”
África é considerada “o berço da humanidade”, mas pelos vistos é também berço de outras artificiosas coisas e loisas, não estivessem os outros continentes, talvez um pouco mais esgotados (é o caso da Ásia), ou então suficientemente revoltados (é o caso da América Latina), para darem menos lucro e, em muitos casos, só darem chatices…
Obter lucro é um factor de fertilidade financeira substituta das bandeiras (que agora só dão para os futebóis) e, salvaguardando “a diferença no género” para um continente que tanto lucro dá, há até que re-inventar as múltiplas formas de nascer e crescer e amadurecer...
Pois África, “berço da humanidade”, tornou-se um prenhe laboratório para a “democracia” e, sem nunca se ter alcançado a plenitude da “representativa”, onde os vendilhões do templo conseguiram matar patriotismos para impor reciclados regimes de mercenários, de manipulação em manipulação estão a ser conduzidos à moda dos mais impenitentes carneiros para a “modess democracy”; eu explico:
Há presidentes que são até eleitos “democraticamente”, com um superlativo de bem-vindas cosméticas, com pompas, honras e circunstâncias, que se sentam entre seus pares iguais de outros continentes década post década, que dão muitos e bons lucros que até servem para combater as crises, mas que chegada a hora aziaga das grandes sagacidades, no apogeu da idade, entram em metamorfose e tornam-se “descartáveis ditadores”.
Em África o império, a CIA, o AFRICOM, a OTAN e o cortejo de habituais rabejadores e sanguessugas, conseguiram chegar à enfim “modess democracy” e há que aproveitar: os africanos estão a ser os últimos a reparar nisso, até por que são todos muito dados às revoluções hiper coloridas tisnadas de “direitos do homem”, de “direitos das minorias” e do que mais adiante se verá, dóceis e afáveis procedimentos sobretudo para norte americanos e europeus verem e se reverem.
Por acaso houve um, que nunca foi presidente, mas que todos afirmam que é ditador, que acabou por dar uma de durão, “petróleo obriga”: não é que o malandro parece que ainda por cima, mesmo ditador convencido, presumido e assumido, ao que tudo vai indicando consegue estar longe de ser “descartável”?
Martinho Júnior - 25 de Abril de 2011
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