SK – LUSA
Lisboa, 13 mai (Lusa) -- O chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, congratulou-se com o anúncio feito hoje pelas Nações Unidas de que Angola e Timor-Leste poderão deixar a lista dos Países Menos Avançados (PMA) nos próximos anos.
"É sem dúvida uma boa notícia, que é também reveladora do esforço que tem vindo a ser feito por esses países para rapidamente se enquadrarem na grupo dos países mais desenvolvidos, na rota do crescimento económico e do desenvolvimento das condições de vida dos seus povos", afirmou à Lusa Luís Amado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, que falava à margem da conferência "Triângulo Virtuoso Angola-Brasil-Portugal -- Uma questão estratégica fundamental para a Lusofonia", que decorreu hoje em Lisboa, salientou que essa notícia é "também importante para Portugal".
"Tudo o que representa mais bem-estar, mais crescimento económico e mais desenvolvimento no espaço da Lusofonia é sem dúvida importante também para Portugal, dado a natureza das relações estreitas que Portugal mantém com todos esses países e com as respetivas economias", vincou Luís Amado.
O alto representante da ONU para os PMA, Cheikh Sidi Diarra, anunciou hoje que a melhoria da situação económica coloca Angola, Timor-Leste e também a Guiné Equatorial no segundo pelotão da lista dos Estados que podem deixar o grupo dos Países Menos Avançados nos próximos anos.
Antes destes países, e em melhor situação, estão três Estados do Pacífico -- Samoa, Tuvalu e Vanuatu -- revelou Diarra, no último dia da IV Conferencia sobre estes países, que hoje termina em Istambul.
Os PMA são definidos pela ONU como aqueles que apresentam os mais baixos indicadores de desenvolvimento sócio-económico, sendo que a lista atual é composta por 33 países africanos, 14 da Ásia e o Haiti.
Na lista figuram também Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, tendo Cabo Verde deixado de fazer parte.
Estes países estão sujeitos a circunstâncias especiais em termos de comércio ou acesso ao crédito em condições mais favoráveis.
Questionado sobre a importância de garantir mecanismos que privilegiem Estados como Cabo Verde que deixaram a lista dos PMA, para que estes não sejam penalizados pelo seu sucesso - já que perdem certos apoios, Luís Amado afirmou: "É um problema que se coloca. Estes países têm necessariamente de ter um apoio no período de transição [de países menos avançados para países de rendimento médio] devido à supressão de alguns tipos de ajuda, que não deixam de ter impacto nas expetativas do seu crescimento".
Contudo, o chefe da diplomacia portuguesa destacou que Cabo Verde, que deixou recentemente o grupo dos PMA, "tem sabido adaptar-se à situação".
Sem comentários:
Enviar um comentário