EL - LUSA
Lisboa, 26 mai (Lusa) -- A falta de "garantia de fidedignidade do modo de funcionamento" dos correios timorenses relativamente à votação para as legislativas de 05 de junho é um "indício complicado", disse hoje à Lusa o deputado social-democrata José Cesário.
"Isso é efetivamente um indicio complicado. O modo de funcionamento dos Correios em Timor não dá garantias de grande fidedignidade de um processo desta natureza, mas é um estado soberano e portanto tem as suas regras próprias", disse José Cesário.
O que está em causa é o envio dos boletins de voto para os eleitores residentes em Timor-Leste, que há cerca de duas semanas suscitou trocas de acusações entre o PS e o PSD, com os socialistas a acusarem os sociais-democratas de inviabilizarem o voto daqueles eleitores por terem recusado o envio do material eleitoral por mala diplomática.
Apesar do consenso alcançado na Comissão Nacional de Eleições, quanto ao envio por mala diplomática, recorrendo a práticas anteriores, o mandatário nacional do PSD recorreu da decisão para o Tribunal Constitucional, o que levou as autoridades portuguesas a optarem por manter o que está previsto na lei: envio por via postal para os cerca de 250 eleitores inscritos em Timor-Leste.
Mas como não existe distribuição postal ao domicílio, e conforme a Lusa confirmou hoje em Díli, os envelopes com os boletins de voto podem ser levantados na estação dos correios sem qualquer controlo.
"Não podemos interferir nem condicionar o modo de funcionamento dos Correios de Timor. Ultrapassa-nos completamente isso. Há uma certeza que nós temos: o voto tem de vir acompanhado ou da fotocópia do cartão de eleitor, ou da certidão de eleitor emitida pela embaixada", adiantou.
José Cesário salientou que o PSD vai analisar esta situação "com cuidado, ao nível jurídico", concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário