MC - LUSA
Manila, 25 mai (Lusa) -- Pescadores clandestinos destruíram uma barreira de coral de cerca de 7.000 hectares a sul das Filipinas, tendo arrancado mais de 21 mil corais negros e morto 161 tartarugas protegidas e outras espécies marinhas, informou hoje a imprensa local.
"É como se tivessem arrasado um bosque inteiro, todo o recife foi destruído, é o dobro da superfície de Manila", indicou ao jornal "Philippine Daily Inquirer" Ludivina Labe, bióloga do gabinete de Pesca e Recursos Aquáticos.
Labe sublinhou que as tartarugas mortas na província de Cotabato pelos pescadores há algumas semanas tinham entre 80 e 100 anos.
"O Golfo do Moro e o Mar de Joló são considerados como áreas de recifes inexplorados, mas depois disto vemos que também foram atacados", afirmou.
Por outro lado, o diretor da Polícia Aduaneira, Nestorio Gualberto, afirmou que um dos traficantes detidos dispôs-se a identificar a pessoa que financiou a operação e alguns dos pescadores.
A Polícia intercetou os contrabandistas há duas semanas e recuperou 149 pacotes que continham 21.169 corais negros e 196 quilogramas de outro tipo de coral.
O governo das Filipinas está a analisar a eventual entrega de algumas das espécies confiscadas a institutos de biologia marinha enquanto uma grande parte do coral, ainda que morto, será devolvido ao mar.
Segundo o comissário aduaneiro Angelito Álvarez, a mercadoria confiscada teria um valor de mercado de pelo menos 35 milhões de pesos (571 mil euros).
As Filipinas pertencem ao denominado Triangulo do Coral, uma área de entre cinco e sete milhões de quilómetros quadrados limitada pela Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Timor-Leste, que contém 75 por cento das espécies de coral do planeta.
Sem comentários:
Enviar um comentário