JORGE HEITOR, jornalista – O MÁXIMO
Helicópteros da França e do Reino Unido juntam-se agora aos aviões que pretendem destruir todo o potencial do regime líbio e deixá-lo de rastos.
Paris, Londres e Washington não querem de modo algum que o coronel Muammar Khadafi continue à frente da Líbia, como se ele fosse um grande perigo para o seu povo, ao qual deu um nível de vida muito superior ao que tinha há 42 anos, quando ainda vigorava a monarquia.
Ao destruírem o sistema dirigido por Muammar Kadhafi, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos poderão muito bem destruir a própria Líbia, tal como a conhecíamos há 30 ou há 40 anos. Poderão remetê-la para um aglomerado de tribos, a fazer lembrar os clãs da Somália.
Depois de alguns meses de actuação da NATO, o país chamado Líbia poderá muito bem vir a ficar esvaziado de sentido, esquartejado, repartido entre a Tripolitânia, a Cirenaica e Fezzan.
A Rússia, a China, a Turquia, a Alemanha e outros distanciaram-se da Entente Cordiale de David Cameron e Nicolas Sarkozy para aniquilar a família de Muammar Kadhafi e todo o sistema por ela encabeçado. Só a Administração Obama é que apoia essa cruzada anglo-francesa para dar cabo de um sistema político que muito desenvolveu o território líbio.
Falar aqui de intervenção humanitária, a favor de uma parte da população, poderá muito bem ser apenas um sofismo. Mas a comunidade internacional, na sua generalidade, parece relativamente desinteressada do que na verdade se está a passar.
Jorge Heitor
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