sábado, 7 de maio de 2011

Japão: PM EXIGE ENCERRAMENTO DE CENTRAL NUCLEAR NO CENTRO DO PAÍS




MC – LUSA

Tóquio, 06 mai (Lusa) – O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, exigiu hoje o encerramento de uma central nuclear no centro do país com forte risco sísmico, dois meses depois do acidente da central nuclear de Fukushima (nordeste).

“Ordenei… que a Chubu Electric Power cesse as operações de todos os reatores da central nuclear de Hamaoka”, declarou Naoto Kan durante uma conferência de imprensa em Tóquio.

“Esta decisão foi tomada pela segurança dos habitantes”, precisou. “Também tivemos em conta o enorme impacto que um acidente grave na central de Hamaoka poderá ter no conjunto da sociedade japonesa”, adiantou.

Esta central situa-se a menos de 200 quilómetros a sudoeste de Tóquio e a uma centena de quilómetros de Nagoya, no coração da zona industrial.

Concretamente, esta decisão vai traduzir-se no encerramento dos reatores quatro e cinco e ao não relançamento do reator três, atualmente parado para verificações. As unidades um e dois desta central com cinco reatores já tinham sido desativadas.

Kan advertiu que nos primeiros tempos esta decisão pode implicar falta de eletricidade na região.

“As autoridades competentes, incluindo o Ministério da Ciência, consideraram que existe uma probabilidade de 87 por cento de vir a ser registado um sismo de magnitude 8 na região nos próximos 30 anos”, sublinhou o primeiro-ministro nipónico.

"É necessário pôr em prática medidas a médio e longo prazos, em particular a construção de muros de proteção em relação ao mar, que possam resistir” a um tsunami gigante, adiantou, sem dar pormenores de calendário.

A agência noticiosa japonesa Kyodo disse que a Chubu Electric concordou com a suspensão das operações.

Localizado na confluência de quatro placas tectónicas, o Japão é atingido pelos sismos mais fortes.

A 11 de março, um sismo de magnitude 9 seguido por um tsunami gigante devastaram o nordeste do arquipélago, causando mais de 25.000 mortos e desaparecidos. Em 1995, mais de 6400 pessoas morreram devido a um sismo em Kobe, no centro oeste.

Os ativistas anti-nuclear japoneses saudaram a decisão.

O Japão enfrenta há dois meses o mais grave acidente nuclear da história depois da paragem dos circuitos de refrigeração da central de Fukushima, provocada pela catástrofe natural de 11 de março.

A Tokyo Electric Power (TEPCO), operador desta central situada a 250 quilómetros a nordeste de Tóquio, prevê conseguir refrigerar os reatores até janeiro de 2012.

O Japão tinha cerca de meia centena de reatores nucleares em atividade antes do sismo. A energia atómica fornece no mínimo 30 por cento da eletricidade consumida no país.

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