Partidários de Kadhafi
atacam sede da ONU em Trípoli depois do anúncio da morte do filho do ditador
ANGOLA 24 HORAS – 01 maio 2011
”Partidários do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, atacaram neste domingo a sede da ONU (Organização das Nações Unidas) e as embaixadas do Reino Unido e da Itália na capital, Trípoli.”
Os partidários do ditador realizaram protestos neste domingo (1) em frente a missões diplomáticas ocidentais em Trípoli após um porta-voz do governo divulgar que o filho mais novo do líder, Saif al-Arab Khadafi, de 29 anos, e três netos do ditador, foram mortos em um ataque da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O Ministério do Exterior britânico disse estar investigando relatos de que a residência de seu embaixador na capital líbia teria sido destruída. "Essas ações, se confirmadas, seriam deploráveis, já que o regime de Kadafi tem o dever de proteger as missões diplomáticas. Isso seria mais um desrespeito às obrigações internacionais de Kadafi", disse uma porta-voz do ministério.
Uma nuvem alta de fumaça também foi vista do prédio que abriga a embaixada da Itália em Trípoli. "Eu estava caminhando pela rua em que fica a embaixada e vi fumaça vindo de dentro do prédio, estava pegando fogo”, disse uma testemunha, que informou que não havia pessoas dentro do prédio, apenas um carro de segurança impedindo que outras pessoas entrassem no local.
Também houve manifestações em Benghazi, cidade já dominada pelos rebeldes, em que líbios comemoraram nas ruas deste domingo as notícias sobre a morte do filho de Gaddafi.
Rebeldes divulgaram também neste domingo (1) que forças leais a Kadhafi tentavam avançar na cidade de Zintan, a sudoeste da capital, bombardeando com foguetes áreas onde os rebeldes já haviam conquistado, segundo informou o porta-voz dos rebeldes, autodenominado Abdulrahman.
“'O Exército está agora tentando avançar a partir do leste. Eles estão bombardeando a cidade com foguetes desde o início da manhã', disse o porta-voz chamado Abdulrahman.
"Também há confrontos em al-Rayayna. Nós estamos em novas lutas desde o começo desta manhã de domingo”, afirmou o rebelde, que começaram um levante em fevereiro para depor o ditador Kadhafi.
Governo da Líbia promete reagir ao ataque que matou filho de Kadafi
O governo da Líbia reagiu neste domingo ao ataque aéreo da Otan que matou Saif al-Arab, filho mais novo do líder do país Muamar Kadafi e três netos do ditador, no último sábado . O governo prometeu retaliar o ataque, que chamou de invasão ao país.
Na véspera, o porta-voz do governo, Moussa Ibraim, já havia criticado duramente a ação da Otan.
- O que temos agora é a lei da selva. Achamos que agora ficou claro que o que está acontecendo na Líbia não tem nada a ver com a proteção de civis - disse Ibraim.
Morte do filho de Kadhafi
O governo britânico não confirmou notícias de que um dos filhos do ditador líbio Muamar Kadhafi foi morto em um ataque aéreo da Organização do Tratato do Atlântico Norte (Otan). "Nós ainda não temos verificações para comentar. São ainda notícias não confirmadas. Eu estou com medo de que nós não podemos ainda confirmar nem uma nem outra notícia", disse o ministro de relações exteriores da Inglaterra, Alistair Burt.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, negou-se a comentar a possível morte do filho de Kadhafi. "A ação da Otan na Líbia não tem como alvo indivíduos em particular", disse Cameron. "Os objetivos da política da Otan e da aliança são absolutamente claros. Estamos cumprindo a resolução 1973 da ONU para prevenir a perda de vidas de civis inocentes que são atacados pela máquina de guerra de Kadhafi", disse Camero.
Saif al-Arab tinha 29 anos de idade, era civil e estudava Alemanha. Autoridades líbias levaram jornalistas à casa que foi atingida por pelo menos três mísseis. O telhado desabou completamente em algumas áreas.
De acordo com jornalistas que foram levados ao local do ataque, o edifício foi muito danificado e uma bomba ainda não detonada permanece no local. O porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, disse que a vila foi atacada "com força total".
"O líder Kadhafi e sua esposa estavam na casa com outros amigos e familiares. O líder está em boa saúde, não foi ferido", disse.
ONU deixa Trípoli após saques de partidários de Kadafi em escritórios
A ONU anunciou neste domingo, 1, que vai retirar todos os seus funcionários estrangeiros da capital líbia, Trípoli, depois que os escritórios da organização no país foram saqueados. Prédios da ONU e de algumas missões diplomáticas ocidentais teriam sido danificados por grupos pró-Kadafi, depois que um porta-voz do governo disse que um ataque da Otan, a aliança militar ocidental, matou o filho mais jovem do líder líbio, Saif al-Arab Khadafi, de 29 anos, e três de seus netos na noite de sábado.
Rússia critica ataque aéreo da Otan à Líbia
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que há "sérias dúvidas" de que o Oeste não esteja mirando o líder líbio Muamar Kadafi e a família depois que Trípoli informou que o filho de Kadafi foi morto.
"Os argumentos dos membros da coalizão de que ataques sobre a Líbia não têm como alvo a destruição física de Muamar Kadafi e membros de sua família causam sérias dúvidas", afirmou o ministério, em comunicado, ao pedir que a coalizão ocidental "cesse fogo imediatamente". "Informação de mortes entre civis está sendo recebida em Moscou com preocupação crescente", acrescentou o documento.
O chefe do Comitê de Relações Exteriores da Câmara Baixa do Parlamento russo, Konstantin Kosachyov, condenou o ataque da Otan. "Mais e mais fatos indicam que o objetivo da coalizão é a destruição física de Kadafi", disse ele, ao solicitar que os líderes ocidentais deixem clara a posição sobre os ataques aéreos.
"Estou totalmente perplexo pelo silêncio dos presidentes dos Estados Unidos, França e líderes de outros países ocidentais", acrescentou Kosachyov, em entrevista citada pela agência de notícias Interfax. "Temos o direito de esperar que eles façam uma avaliação imediata, ampla e objetiva das ações da coalizão". O primeiro-ministro, Vladimir Putin, tem criticado duramente os ataques aéreos e acusado a Otan de tentar matar Kadafi. A Rússia se absteve da votação, em março, no Conselho de Segurança da ONU, que autorizou o uso da força na Líbia para proteger civis.
Em Bruxelas, a porta-voz da Otan, Carmen Romero, disse que a informação de mortes permanece não confirmada. "Nós miramos um comando militar e um prédio de controle com precisão", disse ela. "Não foi mirado qualquer indivíduo. Foi um alvo militar claramente ligado aos ataques sistemáticos do regime de Kadafi contra a população civil".
Grã-Bretanha expulsa embaixador da Líbia
A Grã-Bretanha decidiu expulsar o embaixador da Líbia depois de a sua embaixada em Tripoli ter sido atacada, segundo um comunicado, divulgado este domingo, pelo ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, William Hague.
"A Convenção de Viena exige que o regime de Kadafi proteja as missões diplomáticas em Tripoli. Por não o fazer, o regime violou uma vez mais as suas responsabilidades e obrigações internacionais", afirma em comunicado, referindo-se ao líder líbio Muamar Kadafi.
"Como resultado, tomei a decisão de expulsar o embaixador da Líbia", afirmou, e juntou que o diplomata tem 24 horas para abandonar o Reino Unido.
"Condeno os ataques à embaixada britânica em Tripoli, assim como às missões diplomáticas de outros países", salientou Hague. "Os ataques contras as missões diplomáticas não irão debilitar a nossa determinação de proteger os civis na Líbia", esclareceu.
A Grâ-Bretanha retirou o seu embaixador em Tripoli no início do conflito e não tem representação diplomática em Tripoli. Uma equipa de diplomáticos britânicos está em Bengasi.
NP
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