MC – LUSA
Lisboa, 11 mai (Lusa) - O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, afirmou hoje que Portugal continuará a contribuir para a construção do Estado de Timor-Leste através da cooperação e da ajuda ao desenvolvimento, designadamente nos setores da educação e militar.
Santos Silva sublinhou que a construção do Estado de Timor-Leste é "um caso muito bem sucedido" e que a cooperação com este país é "uma das dimensões essenciais da cooperação portuguesa", onde estão atualmente 92 cooperantes portugueses.
O volume de financiamento de ajuda ao desenvolvimento a Timor-Leste está perto dos 500 milhões de euros em termos acumulados e Portugal é atualmente o segundo maior doador daquele país, disse.
O ministro da Defesa falava hoje no seminário "Timor-Leste - Contributo de Portugal para a construção do Estado" organizado pela Academia Militar.
Além da manutenção da cooperação com Timor-Leste nos setores da educação, justiça, segurança e militar, Santos Silva referiu que os "projetos bandeira" de Portugal naquele país são o de apoiar o desenvolvimento das forças armadas timorenses, a constituição da Casa Militar do Presidente timorense e o aumento das capacidades nas componentes naval e terrestre.
O apoio de Portugal para o desenvolvimento das forças armadas timorenses inclui tanto a instrução de timorenses com assessores portugueses em Timor-Leste, como a formação de militares timorenses em Portugal, referiu.
Atualmente, já existem 40 membros das forças armadas timorenses formados em Portugal e estão 20 assessores militares portugueses a apoiar a instrução em Timor-Leste.
O ministro sublinhou que as relações entre os dois Estados são de equivalência e parceria, tendo como referência a ONU e o respeito pelos direitos das pessoas e dos povos.
Portugal contribuiu para a construção de Timor-Leste e mostrou que "é possível desenvolvimento e respeito pelos direitos dos povos e pela autodeterminação destes", concluiu Santos Silva.
Outro dos intervenientes no seminário foi o bispo timorense Ximenes Belo, que fez um breve resumo da atual situação de Timor-Leste, quase dez anos depois de se ter tornado independente, e sublinhou que a independência foi conquistada pelos timorenses, mas só possível pela solidariedade de muitos Estados e organizações, especialmente de Portugal e da ONU.
Apesar de elogiar o desenvolvimento dos quase dez anos de independência de Timor-Leste, Ximenes Belo sublinhou que "ainda há muito a fazer" e apelou para a contribuição de Portugal em diversos setores, designadamente na reestruturação do poder local e na formação dos jovens.
Associado ao "fenómeno da droga", os jovens timorenses são atingidos pelo fenómeno da SIDA, exemplificou o bispo.
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