ANTÓNIO VERÍSSIMO
A POBREZA TAMBÉM É FRUTO DOS GRANDES ROUBOS DAS ELITES
Enquanto o ditador José Eduardo dos Santos cumpre a sua “jornada de campo no Cazenga”, como nos dá notícia a RNA ao serviço do ditador e dos mais influentes dirigentes do MPLA e do governo, em Luanda reprimem os que se insurgem contra a miséria e extrema pobreza.
O ditador no Cazenga, enquanto que em Luanda se previa a realização de mais uma manifestação a denunciar os efeitos perniciosos da governação do ditador e do seu partido, que se apossaram de Angola em pleno há muitas décadas. Eduardo dos Santos já permanece como PR de Angola há 32 anos sem nunca ter sido eleito.
A manifestação era contra a pobreza extrema que ensombra o quotidiano angolano há tanto tempo quanto aquele que o MPLA está no poder. Exatamente nesse lapso de tempo muitos generais e outros afetos ao MPLA têm enriquecido ilegalmente, extorquindo aquilo que pertence ao país. Disso mesmo nos é dada conta por variadas formas na imprensa internacional. Isso mesmo é o que temos visto relativamente aos familiares de José Eduardo dos Santos. Ele próprio é senhor de uma fortuna incalculável que é citada por todo o mundo.
Não precisamos de ter formação universitária para entender as razões da extrema pobreza existente em Angola. Os roubos são por demais e cai sempre sobre os plebeus o ónus desses mesmos roubos, desse esvair de riqueza para as contas bancárias de uns quantos. A fome e a miséria existente em Angola é fruto disso. Muita da corrupção que se sabe existir é alancada por conta do mau exemplo das elites Eduardistas e Emepelistas. Quadros menores concluem que se as lideranças são corruptas e apossam-se de fortunas também eles têm o direito de o fazer, ou pelo menos tentarem. E se assim o pensam mais depressa e melhor o fazem.
Também por isso, se não principalmente por isso, assistimos à corrupção generalizada no aparelho de estado. É o salve-se quem puder desde as polícias, o exército, as repartições, o empresariado e os grande “tubarões”- os governantes.
A pobreza extrema em Angola, como em outras partes do mundo, aponta para esta dura realidade. Ainda mais num país extremamente rico que tem que chegue e sobre para todo o seu povo.
Mas que apontem e protestem contra a realidade que encerra a fome, as carências injustificadas dos angolanos, o défice de justiça e democracia, o MPLA de Eduardo dos Santos não gosta. Por isso começou à priori a deter organizadores da manifestação para hoje anunciada em Luanda contra a pobreza extrema. E foi impedir a sua realização, dispersando e detendo manifestantes.
Decerto que os servidores do soba Santos vão alegar que a manifestação não estava autorizada… Desde quando é que a miséria e a fome precisam de autorização para se manifestar? Só precisam porque esse é um requisito de um regime ditatorial como o da Angola de Eduardo dos Santos e da súcia que o rodeia.
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