EL – LUSA
Lisboa, 11 mai (Lusa) -- A saída das tropas estrangeiras estacionadas em Timor-Leste, ao serviço das Nações Unidas, e os militares australianos e neozelandeses da Força Internacional de Estabilização, "seria desastroso", disse hoje à Lusa o jurista Armando Marques Guedes.
Instado a comentar se Timor-Leste está preparado para deixar de ter militares estrangeiros no seu território, que foram chamados pelas autoridades durante os graves incidentes de 2006, Armando Marques Guedes defende que o país "ainda não está preparado" para tal.
"Em minha opinião não. Ainda é muito cedo, do ponto de vista da construção do Estado, da estabilização institucional, no apagamento ou no esbatimento das divisões tanto etnolinguísticas, como ideológicas, para Timor conseguir sobreviver sem uma presença externa", frisou.
Armando Marques Guedes falava à Lusa à margem do seminário "Timor-Leste -- Contributo de Portugal para a Construção do Estado", organizado pela Academia Militar.
"Acho desastroso se Timor tentar ir por essa via de uma autonomização e independência absoluta", acrescentou.
A atual Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), que integra 126 militares da Guarda Nacional Republicana, de Portugal, teve o mandato prorrogado em fevereiro passado por mais 12 meses, que vigorará até à realização das eleições presidenciais e legislativas.
Relativamente à ISF, com cerca de meio milhar de efetivos australianos e neozelandeses, tanto o Presidente José Ramos-Horta como o primeiro-ministro Xanana Gusmão já expressaram publicamente o desejo de ver partir aqueles militares depois de 2012.
Camberra, pelo contrário, defende a sua manutenção em Timor-Leste até 2020.
Durante a intervenção no seminário, Armando Marques Guedes referiu-se às ISF como "forças de ocupação", as quais, sublinhou, não acredita que saiam de Timor nos próximos tempos.
Quanto à continuação da GNR, sem ser sob mandato das Nações Unidas, como sucede atualmente, o jurista defendeu a manutenção das atuais instalações dos militares portugueses como uma "base portuguesa".
"Eu advogaria, caso o Estado português tenha dinheiro - vontade política tem certamente para isso -, manter as magníficas instalações da GNR como uma base portuguesa lá. Funcionava como um dissuasor", sustentou.
Na sua intervenção, Armando Marques Guedes antecipou o que acha que será o resultado das legislativas de 2012, mantendo-se o mesmo cenário saído do anterior escrutínio, realizado em 2007.
"A FRETILIN volta a ganhar, mas sem maioria absoluta, e de novo vai ser formada uma coligação de conveniência para a impedir de governar", destacou.
6 comentários:
Caro Armando Marques Guedes,
Os Aussies não fazem mais falta a Timor, obrigado, regressem a casa, já cumpriram a missão deles. O PR e PM já expressaram a sua vontade, eles foram eleitos pelo povo, essa vontade tem que ser respeitada. Timor é um pais soberano e a vontade dos seus dirigentes tem que ser respeitada.
Beijinhos da Querida Lucrécia
Fretilin voltará a ganhar... Deixa de ser pretencioso
Primo da lucrécia
Sao as mesmas propagandas e os mesmos comentarios mal infundadas.
Pois, pode-se cumpriended que Armando nunca viveu em Timor ao longo dos ulimos 4 anos, - mas bom, como academico, gosta sempre de voar e imaginar no "mundo perdido".
Sou Timorense, vivo ca em Timor, e creio que ja e' tempo de "correr" com as tropas estarngeiras em 2012.
E mais outro, a Fretilin esta para ser derrotada em 2012 e nunca voltara' mais ao palco politico Timorense! nao ha esperansa para o Camarada mari sonhar de regresar ao Palacio do Governo.
Timorense em Ermera
Viva Timor-Leste
O Anonimo de 02:09 de 12 de Maio veio atacar os outros por fazer 'as mesmas propagandas' mas esqueceu-se de que ele nao esta' exceto da mesma propaganda. Para alem disso, predizer o futuro de que a "Fretilin nunca voltara' mais ao palco politico Timorense" so podem ser dos que estao mergulhamos num mundo cheio de ilusoes.
Para seu conhecimento, por mais que voces querem que a Fretilin desapareca, mais os vossos desejos serao ilusoes. Ela esta' ai para ficar.
"Sou Timorense, vivo ca em Timor, e creio que ja e' tempo de "correr" com as tropas estrangeiras em 2012".
Talvez isto seria uma boa licao para os Aussies. Os aussies so foram precisos para ajudar no golpe contra a Fretilin. Uma vez alcancada a meta, puta que os parios, podem ir embora. So serao precisos quando a Fretilin ganhar as eleicoes. Os PD e co irao recomecar com as instabilidades!
Penso que as tropas australianas não vão abandonar o país por diversas razões das quais e uma das mais fortes é o impacto politico militar que a china vem criando nem Timor leste;Depois vêm os interesses economicos com o petroleo na cabeça de lista. Timor leste terá que saber gerir muito bem esta dicotomia pois o que esta em questão está para além da sua própria soberania.
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