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Díli, 24 mai (Lusa) -- Os grupos de artes marciais de Timor-Leste realizaram hoje em Díli o seu primeiro campeonato nacional, promovido pela Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, sob o lema da renúncia à violência.
O evento sucede a outra iniciativa do Governo, o Congresso de Artes Marciais e Rituais, com idêntico objetivo: levar para o confronto desportivo e com desportivismo os numerosos grupos que se defrontam nas ruas, em rixas de contornos violentos e, por vezes, mortais.
O vice-primeiro-ministro José Luís Guterres, que presidiu à abertura da competição, felicitou os grupos das artes marciais e rituais pela realização do seu primeiro campeonato nacional e sublinhou o papel que podem desempenhar na estabilidade do país.
"A interpretação que se faz no exterior é que Timor-Leste nunca terá estabilidade devido à existência dos grupos das artes marciais, vistos como gangs criminais, mas hoje vocês indicam aqui que os grupos das artes marciais e artes rituais não são criminais e que querem garantir o bem-estar do povo", afirmou.
O vice-primeiro-ministro lembrou aos participantes que se comprometeram perante "um juramento firme e solene, de que vão contribuir para estabilidade e desenvolvimento nacional".
"Com a presença aqui dos grupos das artes marciais e rituais iniciamos a luta contra a violência e pela paz e estabilidade em Timor-Leste", concluiu.
Miguel Manetelo, secretário do Estado da Juventude e Desporto de Timor-Leste, disse aos jornalistas, na abertura da prova, que o Governo "está fortemente empenhado em apoiar as artes marciais a mudarem a sua imagem".
"Os grupos de artes marciais têm uma má imagem na sociedade, sendo conotados com o crime e a violência, e por isso o Governo de Timor-Leste dá apoio para ajudar a transformar os grupos das artes marciais", afirmou.
Miguel Manetelo salientou que quando a sua atividade se baseia numa doutrina, as artes marciais têm como objetivo proteger os vulneráveis, e é um exercício físico, podendo e devendo os seus praticantes participar em competições.
"Através deste evento, poderão ser selecionados bons atletas para participar na próxima edição dos Jogos da Ásia, representando o país, e noutras provas internacionais", disse.
"Para mudar a atitude dos jovens é preciso algum tempo e fazê-lo de várias maneiras, mas essa é uma tarefa que tem de ser iniciada", defendeu o secretário de Estado.
"É isso que se pretende, contribuindo também para o desenvolvimento do desporto em Timor-Leste, que ainda está bastante atrasado", acrescentou.
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