quinta-feira, 16 de junho de 2011

Angola: Vice presidente do Parlamento angolano denuncia intervenções militares em África




ÁFRICA 21, com Angop

“A crise financeira que afecta, sobretudo, as maiores economias mundiais, pode estar na base dessa política de rapina dos recursos energéticos".

Luanda – A intervenção militar das potências estrangeiras em África prossegue outros interesses escondidos detrás do dever humanitário da defesa das populações dos países visados, disse nesta quinta-feira, em Luanda, o primeiro-vice-presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço, quando discursava na abertura das III Jornadas de Defesa Nacional, organizadas pela Comissão de Defesa, Segurança Nacional e Ordem Interna do Parlamento.

“A crise financeira que afecta, sobretudo, as maiores economias mundiais, pode estar na base dessa política de rapina dos recursos energéticos, principalmente agora que, após o tsunami no Japão, a tendência universal aponta para o abandono do nuclear como fonte de energia”, argumentou.

João Lourenço chamou atenção aos Governos dos estados do continente e da União Africana para a necessidade de assumirem com maior sentido de oportunidade e determinação as suas responsabilidades.

O parlamentar lembrou que o continente africano “atravessa momentos conturbados desde o início deste ano, assistindo-se à uma grosseira intervenção militar estrangeira da parte das potências, ultrapassando de longe os poderes conferidos pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

Noutra parte da sua intervenção, o primeiro vice-presidente do parlamento defendeu a adopção de uma estratégia ao nível da informação para combater os crimes de terrorismo, tráfego de armas, de drogas, de crianças, de mulheres, de órgãos humanos, imigração ilegal e outros que ameaçam a segurança mundial.

No actual contexto de desenvolvimento de Angola, referiu, a Defesa e Segurança nacionais devem criar um ambiente propício ao bem-estar das populações, ao investimento privado e, de uma forma geral, ao crescimento socioeconómico.

“O grande esforço de reconstrução nacional levado a cabo pelo Estado angolano, agentes privados e parceiros sociais, deve merecer a atenção daqueles que têm a responsabilidade de velar pela protecção das nossas fronteiras, por preservar a paz e reconciliação nacional”, disse o deputado angolano.

As III Jornadas de Defesa Nacional encerram nesta quinta-feira, tendo sido abordados temas como a “Reedificação das Forças Armadas”, “Economia e Defesa Nacional”, “A instituição militar, seu relacionamento com a sociedade e poder político” e a “Gestão de Crise, situação no norte de África”.

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