segunda-feira, 27 de junho de 2011

ExperimentAtaúro mostrou potencialidades da ilha de Ataúro a timorenses e estrangeiros




MIGUEL SOUTO, da Agência Lusa 

Díli, 26 jun (Lusa) -- A ilha de Ataúro, em Timor-Leste, esteve mais animada e mais cosmopolita durante todo este fim-de-semana, com a realização da "ExperimentAtaúro", mostra de artesanato, gastronomia e folclore.

O cartaz da feira atraiu à ilha muitos timorenses e estrangeiros, a maioria vindos no Nakroma, o "ferry-boat" que faz a ligação a Díli e cujos bilhetes se esgotaram.

Todos desembarcaram na praia de Beloi, mas alguns malais - nome que é dado aos estrangeiros - ficaram logo ali pelo "eco-resort" de D. Lina e o seu marido australiano, a uma dúzia de metros do cais, passado o mercado e a alameda onde se pendura o peixe seco, ou se assa na grelha para almoços de família. E pernoitaram ali mesmo, em casinhas de entrança, iluminadas por painéis solares.

Outros seguiram logo para Maumeta, para ficarem mais perto do festival.

Alguns jipes, uma ou outra camioneta de caixa aberta, e os triciclos motorizados a dois dólares por cabeça, asseguraram o necessário transporte para a ExperimentAtaúro, por uma estrada entre vegetação selvagem, com o mar quase à berma, e também ela ondulada pela falta de alcatrão aqui e ali. 

Chegados a Maumeta, notava-se logo a animação nas ruas. Os jovens passeavam-se em grupos, enquanto os catuas, ou idosos, se sentavam a ver o movimento.

Frente ao Manukoko, um restaurante de comida italiana, onde não faltam saborosas pizzas, estavam montadas as tendas do artesanato.

O nome do restaurante advém da designação do ponto mais alto da ilha, a novecentos e tal metros.

Por baixo dos toldos brancos das tendas vendiam-se pulseiras e adornos de coral, sabonetes de goiaba e pomadas para vários fins, esculturas de Makili em madeiras nobres, as obrigatórias bonecas de Ataúro, bordados, e até livros, alguns em português, mas também na outra língua oficial, como o Princepezinho, traduzido para tétum. 

O espetáculo noturno de sábado à noite encheu por completo o largo.

Subiu ao palco o primeiro grupo, homens e mulheres num cantar ao desafio, com letras que forasteiros não entendiam, mas certamente sobre ditos de vivências quotidianas que soltavam gargalhadas aos presentes, sendo que uns riam por ver os outros.

Outro grupo de homens e mulheres desenhou coreografias ligadas ao trabalho da terra e do mar, nas suas vestes tradicionais, ao som de violas e violinos, que a aparelhagem sonora, uma vez por, outra desafinava.

Depois foram os tambores e figuras guerreiras em plumas que dançaram e cantaram para a multidão, até ser quase meia-noite, porque a energia já chega àqueles lados, mas dá lugar à escuridão, habitualmente às 23:00, para se poder economizar combustível.

Hoje, logo pela manhã, a festa continuou, numa romaria de beiros, o barco tradicional, ou mesmo a pé, por entre as rochas, até à aldeia de Makili, onde os pescadores veneram o São Pedro. A imagem foi colocada como monumento maior virado de frente para o mar, para abençoar as suas pescarias.

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