quinta-feira, 2 de junho de 2011

Organizações ambientalistas apelam à aprovação de legislação que defenda Amazónia




CFF - LUSA

Lisboa, 02 jun (Lusa) - As organizações ambientalistas Quercus e Instituto Caracol apelaram hoje às autoridades brasileiras que aprovem legislação que promova, defenda e valorize a Amazónia, lamentando os assassínios de quatro ambientalistas que vinham denunciando a atividade dos madeireiros.

A Quercus (Portugal) e o Instituto Caracol (Brasil) "apelam às autoridades e entidades governamentais do Brasil que mantenham, no âmbito das importantes opções legislativas em curso, uma postura de promoção, defesa e valorização da biodiversidade e da floresta", referem em comunicado.

As duas organizações "lamentam profundamente" os assassínios nas últimas semanas de maio de quatro ambientalistas e "exigem que estes crimes sejam investigados e não fiquem impunes", acrescenta o texto.

Um casal de ambientalistas que desenvolvia um projeto de exploração sustentável da floresta baseado na venda de óleos vegetais e de frutas foi morto a 24 de maio, tendo dias depois uma das testemunhas do homicídio sido igualmente assassinada.

Os ambientalistas faziam parte do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, organização fundada por Chico Mendes, assassinado em 1988 por denunciar conflitos de terra e exploração ilegal de madeira.

No dia 27 de maio foi também assassinado outro ativista que tinha vindo a denunciar a ação de madeireiros na região da fronteira entre os estados de Acre, Amazónia e Rondônia.

No início do mês, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu madeira cortada e gado bovino que se encontrava em áreas legalmente protegidas.

A Quercus e o Instituto Caracol defendem também "a necessidade de uma total rastreabilidade da proveniência das madeiras comerciais, de modo a que o consumidor possa dizer não às madeiras não sustentáveis, provenientes da Amazónia ou de quaisquer outras florestas do mundo".

No comunicado, as duas organizações apelam ainda "a uma maior consciência e responsabilidade de cada cidadão enquanto consumidor, de forma a não contribuir direta ou indiretamente para a situação insustentável que se vive na zona da Floresta Amazónica e em outras áreas florestais de grande biodiversidade, onde a pressão é constante devido aos hábitos de consumo de carne, papel e madeira".

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