Pouca gente sabe, ou lembra. Por trás da escolha do vermelho como a cor dos revolucionários há uma história de traição e sangue. É Marx quem melhor conta esta história em seu livro “As lutas de classes na França de 1848 a 1850”.
Na Revolução Francesa de 1789, os trabalhadores franceses se uniram a seus patrões para derrotar a nobreza. Mas, os aristocratas conseguiram retornar ao poder, em 1815. Para derrotá-la de vez, a burguesia contou com a mobilização dos operários. Graças às revoltas dos trabalhadores, em fevereiro de 1848, o rei Luis Filipe foi obrigado a renunciar.
A burguesia voltava a ser a absoluta em seu poder na França. Os trabalhadores, então, cobraram sua parte da vitória. Basicamente, queriam salários menos miseráveis, jornadas de trabalho menos massacrantes e mais empregos.
A burguesia se fez de surda. No máximo, fazia promessas vagas. A revolta voltou a explodir entre os operários. Sentiam-se traídos. Em junho, saíram às ruas exigindo seus direitos. Carregavam a bandeira tricolor da revolução de 1789. Foram recebidos a bala.
Depois de cinco dias de batalha entre trabalhadores quase sem armas e três exércitos, milhares ficaram mortos pelas ruas de Paris. As bandeiras tricolores caídas no chão. O branco e o azul tingidos pelo vermelho do sangue operário. Segundo Marx: Só encharcada no sangue dos revoltosos de Junho, a tricolor se tornou bandeira da revolução européia. A bandeira vermelha!
Ou seja, já não se tratava de uma revolução nacional. Nem de se aliar à burguesia. Esta se mostrou traiçoeira e preocupada apenas com seus interesses.
Desde então, a bandeira dos comunistas é vermelha, sua causa é internacional e sua organização deve ser independente de patrões e governos.
Leia mais em As bandeiras vermelhas nasceram em Paris, em 1848.
Texto publicado em 17/06/2011 no blog Pílulas Diárias.
*Sérgio Domingues é Militante social e partidário (PSOL). Membro do coletivo Revolutas. Também tem um blog sobre mídia: Mídia Vigiada. Sociólogo.
*Sérgio Domingues é Militante social e partidário (PSOL). Membro do coletivo Revolutas. Também tem um blog sobre mídia: Mídia Vigiada. Sociólogo.
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