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São Tomé, 09 jun (Lusa) -- O índice de infeção por malária está a crescer em São Tomé Príncipe, onde nos primeiros três meses deste ano se registaram 10 mortos entre mais de 1.100 contaminações, disse hoje à Lusa fonte dos serviços de saúde.
As autoridades sanitárias do país reconhecem que os esforços para se erradicar a doença, ou pelo menos manter estáveis os indicadores da infeção, que apontavam para 0,4 por cento, não estão a ser suficientes.
"Nós estamos muito preocupados com esta situação. Algumas pessoas pensam que o paludismo já acabou, mas somente neste ano já morreram dez pessoas e o número poderá aumentar", explicou Maria de Jesus, coordenadora do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP).
Segundo a mesma fonte, as localidades de Oque-del-Rei, S. Marçal e Pantufo, no distrito de Água Grande, e Praia Melão e Bombom, no distrito de Mé Zochi, são as mais afetadas pela doença.
Hoje, as autoridades sanitárias iniciaram um programa de "pulverização intradomiciliar de emergência", depois de formar técnicos no combate à doença e de se reforçar as campanhas de sensibilização no terreno com o envolvimento do próprio primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
"Só através de ações concertadas e colaboração de todos, cada um à sua medida, será possível atingir a meta que é a erradicação do paludismo no país", apelou Patrice Trovoada, que na quarta-feira se deslocou à localidade de Pantufo numa ação de sensibilização.
A coordenadora do PNLP atribui o aumento do número de casos à recusa das pessoas em aceitar a pulverização, tal como aconteceu em mais esta campanha, nomeadamente nas localidades mais afetadas pela doença.
"Já estivemos mais próximos da eliminação. Agora houve um ressurgimento da doença", lamentou Maria de Jesus.
A coordenadora fez ainda um apelo à população para que aproveite as ajudas técnicas e financeiras dos parceiros internacionais como a Missão Técnica Taiwanesa, Fundo Global da ONU, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Cruz Vermelha, que colaboram com as autoridades são-tomenses no combate à doença.
"Somos um país pobre, vivemos de ajudas e se eles deixarem de nos apoiar qual será a nossa situação? Vai ser catastrófico. O número de óbitos vai aumentar e a economia também será afetada. As pessoas devem ter a consciência de que quanto mais depressa nós nos envolvermos nesta luta mais depressa ela chega ao fim", disse Maria de Jesus.
*Foto em Lusa
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