Ondjiva - O combate ao tráfico de menores no país e em particular na província do Cunene deve mobilizar todos os actores sociais para uma intervenção mais concertada contra este fenómeno, defendeu nesta terça-feira, em Ondjiva, o director do Instituto Nacional da Criança (INAC) na região, Hélder dos Santos.
Em declarações à Angop sobre a actividade realizada pelo sector no I semestre deste ano, o responsável frisou que o exercício da mobilização deve engajar todos, quer sejam as igrejas, instituições sociais e políticas, pessoas colectivas e singulares, num processo
de educação e sensibilização da sociedade.
“Este fenómeno é uma preocupação, nos dias de hoje, pois a sociedade ainda não está suficientemente sensibilizada para a luta contra o tráfico de seres humanos”, sublinhou.
Disse que no Cunene houve, desde Janeiro, o registo de duas tentativas de tráfico de menores que envolveu 20 crianças e quatros adultos que tinham como destino a vizinha República da Namíbia, acção frustrada pela acção da Polícia Nacional.
Os executores desta acção de nacionalidade namibiana foram detidos em flagrante delito quando tentavam atravessar a fronteira com as crianças com idades entre os 15 aos 17 anos de idade, oriundas das localidades do Cuvelai (Cunene), Matala e Jamba (Huila), a fim de trabalharem nas suas fazenda como pastores de gado.
Hélder dos Santos aconselhou a população a não mandar crianças ao pasto, venda ambulante ou outros trabalhos fora das localidades onde residem, pois colocam-nas a mercê de raptos e outros males, com maior incidência no perímetro fronteiriço com a República da Namíbia.
Segundo o relatório de 2010 sobre o tráfico de seres humanos, divulgado no site da embaixada dos Estados Unidos em Angola, mulheres e crianças angolanas são traficadas essencialmente para a República Democrática do Congo, África do Sul, Namíbia e países europeus, principalmente Portugal.
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