quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cabo Verde - Eleições: Campanha das presidenciais arranca às 00:00 de quinta-feira





A campanha eleitoral para as presidenciais de 07 de agosto em Cabo Verde arranca às 00:00 de quinta-feira (02:00 em Lisboa), com os quatro candidatos a disporem de 16 dias para esgrimir argumentos para suceder a Pedro Pires.

Numa votação que se realiza de forma inédita em agosto, mês tradicionalmente de férias, quer internamente quer na diáspora, uma das questões em aberto é saber até onde chegará a abstenção, uma vez que o mês é, habitualmente também, o da colheita anual.

Independentemente das condicionantes, estão inscritos pouco mais de 300 mil eleitores, que irão escolher entre Aristides Lima, Joaquim Monteiro (ambos independentes), Jorge Carlos Fonseca (apoiado pela oposição) e Manuel Inocêncio Sousa (apoiado pelo partido no poder).

Para tal, terão à disposição 900 assembleias de voto no arquipélago e 300 na diáspora, onde estão inscritos cerca de 35300 eleitores (África, 4300, Américas, 8000 e Europa e Resto do Mundo, 23000).

A votação terá também o facto, igualmente inédito, de não contar com uma Comissão Nacional de Eleições (CNE) na plenitude de funções, uma vez que a antiga presidente, Rosa Vicente, apresentou a demissão do cargo em abril último, devido a uma gravidez de risco.

Desde então, as duas maiores forças políticas cabo-verdianas — Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) e Movimento para a Democracia (MpD, oposição) — não chegaram a um consenso quanto ao substituto.

Desta forma, a CNE “vai para eleições” dispondo apenas de quatro elementos — dois do PAICV e dois do MpD –, não havendo voto de qualidade em caso de empate nas decisões que tenham de ser tomadas.

Quanto aos candidatos, três deles — Aristides Lima, Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio de Sousa — desdobraram-se ao longo dos últimos meses em ações de pré-campanha, quer no arquipélago quer na diáspora, onde, tradicionalmente, as eleições ditam o vencedor.

Foi assim nas votações de 1991, 1996, 2001 e 2006, em que as duas primeiras deram a vitória a António Mascarenhas Monteiro e as duas últimas a Pedro Pires, impossibilitado constitucionalmente de concorrer agora a um terceiro mandato.

Quanto a Joaquim Monteiro, a grande surpresa das presidenciais, pouco ou nada tem feito na pré-campanha, limitando-se a dar entrevistas em que se torna desconcertante, limitando-se basicamente a “informar” que só falará sobre as questões políticas, sociais e económicas de fundo depois de ser eleito Presidente da República.

A campanha, que terminará às 24:00 de 05 de agosto, promete ser animada, sobretudo em termos político-partidários, uma vez que está em causa o futuro da governação do PAICV (desde 2001 no poder), caso Manuel Inocêncio Sousa perca para Aristides Lima, apoiado tacitamente pela “ala pirista”.

Jorge Carlos Fonseca, por seu lado, espreita, tal como afirmou domingo em São Filipe (ilha do Fogo), a “disputa” entre os dois candidatos oriundos da mesma família política — Lima e Inocêncio -, considerando que se trata de uma “guerra” de gerações no PAICV, com José Maria Neves (líder) de um lado e Pedro Pires do outro.

As sondagens, longe de serem independentes, têm, porém, um dado comum: a disputa de uma segunda volta que, a concretizar-se, será realizada a 21 de Agosto.

Fonte: Sapo Noticias / Lusa

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