domingo, 31 de julho de 2011

Comissão Eleitoral ameaça suspender tempos de antena que incitem "ao ódio e violência"




EL – MYB – LUSA

São Tomé, 31 jul (Lusa) -- A Comissão Eleitoral Nacional (CEN) de São Tomé e Príncipe ameaçou hoje suspender os tempos de antena que incitam ao "ódio e violência", no quadro da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais de 07 de agosto.

A campanha eleitoral começou na passada quinta-feira, e nos tempos de antena que a candidatura de Evaristo Carvalho tem apresentado, Manuel Pinto da Costa é classificado como "ditador" e "assassino", colando-o ao regime de partido único, que vigorou entre 1975 e 1990, período durante o qual Pinto da Costa foi Presidente da República.

Sem identificar expressamente qual a candidatura a que se refere, a CEN exorta as candidaturas de Manuel Pinto da Costa e de Evaristo Carvalho a absterem-se de usar "linguagem que incite ao ódio e violência".

"Os ataques pessoais ou institucionais não só não dignificam os seus autores, como mancham a reputação e a imagem da nossa democracia", lê-se ainda no comunicado da CEN.

No comunicado, a CEN avisa que a continuação daquele tipo de linguagem, por desrespeitar a Lei Eleitoral e o Código de Conduta adotado na pré-campanha por todas as candidaturas, poderá conduzir "à suspensão do direito de antena".

Hoje, à margem da ação de campanha que manteve na periferia norte da capital, em declarações à Lusa, Manuel Pinto da Costa criticou os "ataques pessoais" de que é alvo pela candidatura de Evaristo Carvalho e classificou-os como "inaceitáveis".

"Até agora não tem havido incidentes, em termos de confrontação física, mas tem havido comportamentos inaceitáveis por parte da outra candidatura, sobretudo no período de tempo de antena, com ataques pessoais", disse.

Manuel Pinto da Costa salientou que nem ele ou a sua candidatura vão responder aos ataques.

Em Santana, no distrito de Cantagalo, sul da capital, também em declarações à Lusa, Evaristo Carvalho negou que a sua candidatura esteja a desferir ataques pessoais contra quem quer que seja.

"Até agora nós temos pugnado por uma campanha de não ataque pessoal. Temos debatido ideias e não irei fazer ataques pessoais, até porque a minha maneira de ser nunca foi assim", vincou.

Com estas declarações, ou Evaristo Carvalho não vê os tempos de antena da sua candidatura ou então está a criticar esses mesmos tempos de antena.

Na primeira volta das eleições presidenciais, realizada no passado dia 17, Manuel Pinto da Costa foi o mais votado, com 35,58 por cento, enquanto Evaristo Carvalho alcançou 21,74 por cento.

Pinto da Costa apresenta-se como independente e Evaristo Carvalho, preside ao parlamento, recebeu o apoio do partido Ação Democrática Independente, minoritário no parlamento e liderado pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

No passado dia 21, em declarações à Lusa, Patrice Trovoada avisou que "a segunda volta ia ser dura".

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