O Governo moçambicano considera “positiva” a liderança angolana da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), descrevendo como “digno de menção” o esforço de pacificação da Guiné-Bissau e a dinâmica que trouxe para os vários assuntos setoriais.
“Para nós, está a ser uma presidência positiva. A liderança de Angola nos esforços de pacificação da Guiné-Bissau (nomeadamente a busca de recursos para a realização da conferência de doadores) tem sido digna de menção”, disse à Lusa a diretora da Direção para Organizações Internacionais e Conferências (DOIC), Albertina MacDonald.
“A presidência angolana tem estado a acompanhar isso, aliás, está em curso a negociação com a União Europeia e acreditamos que se vai conseguir resolver os assuntos que estão neste momento em carteira com os doadores”, disse.
Num balanço feito à Lusa sobre a presidência de José Eduardo dos Santos na CPLP, Albertina MacDonald destacou “a dinâmica que (Angola) está a trazer para os vários assuntos setoriais”.
“No cômputo geral, num ano, conseguimos revisitar alguns dos aspetos de cooperação que fazemos ao nível setorial. Acho que é um aspeto positivo”, exemplificou.
A capital angolana acolherá na sexta-feira o Conselho de Ministros da CPLP, subordinado ao tema “O papel da CPLP na Organização das Nações Unidas, as relações económicas entre os Estados-membros, a língua portuguesa nas organizações internacionais”.
Durante a reunião, o Governo moçambicano espera “reforçar a cooperação político-diplomática, aspetos de cooperação entre a CPLP, aprofundamento da estratégia da segurança alimentar e meio-ambiente”, disse Albertina MacDonald.
O encontro de Luanda analisará a proposta de adesão da Guiné Equatorial à organização lusófona, mas, para já, “o entendimento é que nenhum país da CPLP obstaculize a entrada da Guiné Equatorial para a organização”, garantiu Albertina MacDonald.
“Isso está claro. Mas esta alteração do seu estatuto para membro de pleno direito da organização passa por um roteiro que tem de ser cumprido, é o que está a fazer-se neste momento”, referiu.
A Guiné Equatorial, o Senegal e as Ilhas Maurícias são membros associados da CPLP desde 2006, enquanto a Suazilândia e Ucrânia solicitaram a adesão à comunidade como observadores.
Albertina MacDonald descreveu a “apetência muito grande de países a juntarem-se a CPLP” por a organização “mostrar resultados”.
“A gente só tem apetência para se juntar aonde as coisas acontecem de forma credível, o que significa que a CPLP é uma organização que mostra resultados e é credível”, disse, acrescentando que acredita que, no próximo ano, em vésperas da cimeira (da CPLP) de Maputo haja mais pedidos de adesão.
Num balanço dos 15 anos da organização, que se assinalaram no domingo, a responsável destacou que “a cooperação a nível de capacitação institucional e sectorial tem crescido”, pelo que futuramente se pretende “uma organização consolidada em termos de cooperação, que é esta tendência”.
“A cooperação intra-CPLP tem sido, neste momento, um dos aspetos que tem chamado os Estados-membros a reforçar os laços”, disse a diretora da DOIC do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique.
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