... do próximo Conselho de Ministros da CPLP
CFF - LUSA
Lisboa, 07 jun (Lusa) - A aprovação da reforma do setor de defesa e segurança na Guiné-Bissau será o ponto forte da agenda do próximo Conselho de Ministros da CPLP, a 22 de julho, em Luanda, disse hoje o secretário-executivo da organização.
"A agenda forte será a aprovação do roteiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a reforma do setor de defesa e segurança na Guiné-Bissau", disse à agência Lusa Domingos Simões Pereira, sublinhando que a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos oito países irá "fazer uma avaliação de meio percurso" na presidência angolana da organização.
A CEDEAO e a CPLP estabeleceram em finais de 2010 um roteiro para a reforma do setor de defesa e segurança no país, na sequência do qual e no âmbito do reforço da cooperação bilateral com Angola, se encontra no terreno uma missão das forças armadas angolanas, que deverá vir a ser integrada no referido roteiro.
Domingos Simões Pereira disse que os países da CPLP continuam "atentos e mobilizados" para apoio à Guiné-Bissau, fazendo uma avaliação "muito positiva" dos progressos registados no país.
"Não é daquelas situações em que podemos considerar que o trabalho está feito e podemos descansar, mas há indicações muito positivas. O Governo e a administração guineense têm feito um bom trabalho e parece-nos começar a criar bases consensuais para uma administração estável", disse, sublinhando igualmente "todo o esforço da comunidade internacional".
No entanto, Domingos Simões Pereira considera que, num país que enfrentou os níveis de perturbação da ordem que aconteceram na Guiné-Bissau, "é quase idealista pensar que de um momento para o outro estão todas as feridas saradas" e tudo resolvido.
"Mas há sinais que nos animam e que permitem pensar que todos estão mais conscientes do papel que se espera que joguem na criação do consenso nacional", acrescentou.
Domingos Simões Pereira abordou ainda a adesão da Guiné Equatorial, o único país africano de língua oficial espanhola, à CPLP, considerando que essa é uma decisão que cabe aos chefes de Estado dos países membros da organização.
O secretário-executivo da CPLP comentava assim a posição do Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que quarta-feira defendeu, em Cabo Verde , a entrada imediata da Guiné Equatorial na CPLP.
"A nossa missão é assistir a Guiné Equatorial na criação de todas as condições necessárias para que a decisão seja o mais clara e tranquila possível", disse Domingos Simões Pereira.
O Conselho de Ministros da CPLP reúne-se anualmente entre cimeiras, que ocorrem a cada dois anos.
Além da reforma do setor de defesa e segurança na Guiné-Bissau, a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos oito países lusófonos irá ainda analisar questões relacionadas com os programas de direitos humanos e de segurança alimentar e nutricional nos países da CPLP.
Domingos Simões Pereira disse ainda que se pretende conseguir um reforço do Fundo Especial da CPLP, que permita alargar a intervenção da organização.
*Foto em Lusa
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