quinta-feira, 7 de julho de 2011

RODEIOS, VAQUEJADAS, PUXADAS E OUTRAS BARBARIDADES





Mais uma vez um rodeio tem sua proibição por força de uma decisão judicial, aconteceu em Japeri no mês passado, junho, ainda que a liminar tenha sido cassada, fica o registro do bom senso do Juiz André Luiz D. Coelho que acompanha várias decisões desse tipo Brasil afora.

É impossível negar a crueldade dos rodeios, não há como esconder a tortura que sofrem os bezerros na chamada prova do laço quando os bebês são perseguidos por machos que lançam a corda em seus frágeis pescoços e na maioria dos casos ocorre a fratura da coluna cervical do animal… valentes ou covardes?

Vídeos e depoimentos não deixam dúvidas quanto aos métodos aplicados para que uma platéia induzida, assista a ferocidade do animal e seu algoz lutando para não cair e não tem como o animal não espernear como se estivesse louco, a começar pela dor que sente ao ter os testículos prensados com o uso do sedém, sem esquecer que ficam dias sem comer e beber, muitos recebem spray de pimenta nos olhos, tudo isso transforma qualquer um, até você que lê, em fera… mas é uma crueldade fenomenal, pura covardia.

Maus tratos que foram proibidos de serem mostrados no site www.pea.org.br, se as imagens fossem bonitas não teriam esperneado, mas se você quiser saber mais, entre no www.holocaustoanimal.org.

Touradas, rodeios, vaquejadas, puxadas, todos esses hábitos primitivos, tendem a se extinguir dentro de uns 20 anos. Os movimentos contra o uso de animais nesses eventos crescem a cada dia, até mesmo na tradicional e berço das malditas touradas, a indústria que sobrevive dos subsídios estatais está indo à pique pela pressão dos Ativistas, a TV espanhola não transmite mais as touradas, os criadores de touros estão perdendo as verbas, os turistas estão se afastando das arenas e assim como na Europa estamos atentos e lutando pelo fim dos rodeios e similares no Brasil, em algumas cidades essas práticas estão proibidas,mais especificamente, a glamurosa cidade do Rio de Janeiro, Capital.

É aí que a coisa pega. Vem aí as Olímpiadas e os tontos dos promotores de rodeios sonham em classificar a atividade como esporte olímpico. Desde quando crueldade pode ser considerada esporte? E por isso fazem pressão, tentam de todas as formas derrubar o artigo 32 da lei federal de crimes ambientais, 9605 e assim derrubar nossa preciosa lei municipal nº 3879/04 que proíbe esse tipo de evento.

Encontrando grande resistência tentam ganhar apoio popular com a velha demagogia oferecendo doações às instituições de caridade que por sua vez, ou são de fachada ou insensíveis ao aceitarem essa doação nada ética, originada de uma tortura. Ou apelam para os shows, sorteios, brindes, os verdadeiros atrativos desses eventos, fosse só pelo show de horrores da arena, ficaria às moscas.

Os patrocinadores financiam os shows, as prefeituras abrem as portas diante de tanta generosidade, atropelam as leis de meio ambiente, a segurança pública, saúde pública, tudo negligenciado em troca de um punhado de dólares, pagam as taxas e tudo acontece; por outro lado em alguns municípios verbas públicas também são doadas a essas festanças privadas.

A classe política leva a sério a velha máxima: pão e circo, é disso que o povo gosta.
Assim, como Barretos, o símbolo desses eventos, Duque de Caxias também deixa sua marca com as famigeradas e antiquadas vaquejadas, enquadradas perfeitamente em tudo que expus acima.

*Marli Moraes, carioca da gema, é dona de casa, presidente da Resgato, sociedade civil sem fins lucrativos e ativista pelos direitos dos animais.


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