FMI alerta para "riscos de deterioração" da economia espanhola e insta Governo...

... a tomar medidas suplementares

SMS - LUSA

Lisboa, 29 jul (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje que a economia espanhola está confrontada com "importantes riscos de deterioração" e apelou ao Governo de Madrid para que tome medidas suplementares no sentido de consolidar a situação das finanças públicas.

"A retoma será provavelmente modesta e motivada pelas exportações, com importantes riscos de deterioração, particularmente os de contágio ligados às crescentes preocupações em torno da crise soberana na zona euro", consideram os especialistas do FMI num relatório anual sobre a economia de Espanha.

O FMI considera que a estabilidade das finanças públicas passa pela implementação de "medidas suplementares", uma vez que "há um risco de as regiões espanholas não conseguirem alcançar os seus objetivos".

Num relatório preliminar divulgado a 21 de julho, o FMI já tinha alertado para os "riscos consideráveis" nos quais incorria a economia espanhola, numa altura de reestruturação após a explosão da bolha imobiliária.

O FMI reconheceu, todavia, que as autoridades espanholas têm feito o necessário e respondido de forma "ampla e sólida" perante os desafios da crise.

Segundo os números oficiais hoje divulgados, o desemprego em Espanha baixou ligeiramente no segundo trimestre deste ano para 20,89 por cento, mas mantém-se num nível recorde entre os países industrializados.

Perante estes dados, o FMI preconiza novas reformas "audaciosas" no mercado de trabalho.

No primeiro trimestre de 2011, a economia espanhola cresceu 3 por cento, facto que se deve unicamente às exportações, uma vez que o consumo interno se mantém em baixa.

O Governo estabeleceu como objetivo prioritário a redução do défice público para 6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e 3 por cento em 2012. Em 2010 o défice público espanhol situou-se em 9,24 por cento do PIB.