segunda-feira, 4 de julho de 2011

GALP AVANÇA COM NOVA PERFURAÇÃO DE PETRÓLEO EM TIMOR-LESTE




Ana Maria Gonçalves - Económico

O presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, esteve ontem em Timor-Leste para a conferência “Energia em Timor-Leste”. Liderança do projecto está nas mãos da Eni. Galp procura novas oportunidades de negócio na região.

A Galp energia deverá avançar, até ao final do ano, com a perfuração de um novo poço petrolífero em Timor-Leste, onde está presente, desde 2007, nos blocos A, B, C, E e H.
Com 10% do consórcio que tem como operador e principal accionista a sua parceira estratégia, a italiana ENI - que controla 80% do capital da empresa portuguesa -, a Galp continua a apostar nesta região do globo, mesmo depois do fracasso em torno do Cova 1. Esta perfuração revelou-se estar seca. Localizado em águas ultra-profundas, estes trabalhos de perfuração custam, a preços de mercado, cerca de 80 a 100 milhões de dólares (55,5 milhões de euros a 69,4 milhões de euros).

Da estrutura accionista deste agrupamento, que está comprometido a concluir a fase de exploração até Novembro de 2013, faz ainda parte a petrolífera sul-coreana Kogas, com 10%.

No entanto, há ainda outras áreas de negócio que poderão vir a atrair o grupo liderado por Ferreira de Oliveira.[CORTE_EDIMPRESSA]

Presente em Timor- Leste para a conferência "Energia em Timor-Leste", organizada pelo Parlamento timorense, pelo Governo de Timor-Leste e pela Galp, o gestor deixou claro que está atento a outras oportunidades de negócio. É o caso do projecto do Governo timorense, denominado "Tasi Mane", que visa o desenvolvimento industrial da costa sul.

Este prevê uma base de fornecimento no Suai, com um porto de mar e aeroporto, um pólo de refinação e indústria petroquímica em Betano, bem como instalações de liquefacção de gás em Viqueque/Betasso, que tem estado na origem da polémica com a petrolífera australiana Woodside porque pressupõe a ligação em gasoduto ao campo de exploração petrolífera conjunta de Sunrise.

A concessionária prefere, no entanto, fazer uma plataforma flutuante para processar o gás.
"Esses projectos estão todos, neste momento, em gestação e uma das razões pelas quais estamos aqui é para os conhecer e para perceber quais são os planos que Timor tem para a construção do seu futuro e estudá-los. Temos o dever de o fazer porque olhamos para Timor com rigor, com qualidade e com ambição", afirmou Manuel Ferreira de Oliveira, à agência Lusa.

O presidente da Galp admitiu ontem que a empresa "responderá à chamada, se ela existir" para desenvolver o campo de gás de Sunrise, caso falhem as negociações do Governo timorense em torno da actual concessionária.

BG duplica reservas na Bacia de Santos

A BG duplicou ontem as estimativas para a sua quota nas reservas de gás e crude, na Bacia de Santos, no Brasil. O patamar foi colocado em seis mil milhões de barris, o que aumentou as especulações de que poderia vender partes dos seus activos para financiar o desenvolvimento dos blocos. Esta revisão ocorreu após análises feitas com base em testes adicionais às descobertas realizadas, refere a BG, que é sócia da Petrobras, da Repsol e da Galp em blocos na região. O grupo inglês assegura que a sua parte dos recursos recuperáveis poderia ficar entre quatro e oito mil milhões de barris de petróleo. A empresa considera seis mil milhões de barris a sua melhor estimativa. Anteriormente, este valor estava fixado em três mil milhões de barris.

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