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Díli, 19 jul (Lusa) -- O Presidente da Indonésia, Susilo Yudhoyono, que preside este ano à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), disse hoje haver "grande expetativa na consolidação da organização como motor de paz, desenvolvimento e cooperação internacional".
Susilo Bambang Yudhoyono falava na abertura da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEAN, que decorre em Bali, Indonésia, em que a presidência indonésia espera ver avanços significativos no aprofundamento de uma "ASEAN virada para as pessoas", com o horizonte no mercado comum em 2015, e como "garante da estabilidade na arquitetura regional".
Na intervenção, reproduzida no 'site' da ASEAN, afirmou que o agrupamento do Sudeste Asiático "tem de continuar a trabalhar duramente para atingir os seus objetivos", aludindo ao clima instável da economia mundial, mas também ao crescimento contínuo das economias emergentes para concluir que se trata de "um ano de desafios para a ASEAN".
"As economias emergentes, inclusive no Sudeste da Ásia, continuam a crescer e impulsionar a recuperação económica global. Mas a Europa ainda está a braços com perturbações económicas e é provável que seja essa a situação no futuro mais próximo. Nos Estados Unidos, o debate sobre o teto da dívida permanece, e, se for deixado sem solução até agosto, pode afetar negativamente a economia global", disse.
É nesse contexto que Susilo Yudhoyono considerou que as atenções se voltam para a região, havendo "grande expetativa de que a ASEAN será capaz de consolidar a posição e ser um motor de paz, desenvolvimento e cooperação internacional".
Para assumir esse papel, a Indonésia espera que a reunião dos ministros sirva para produzir avanços na resolução de conflitos regionais, o maior dos quais no Mar da China meridional, por envolver quatro países membros: Vietname, Filipinas, Brunei e Malásia.
Em causa estão as disputas territoriais com a China, em torno de zonas de recursos naturais abundantes e que permitem o controlo de importantes rotas comerciais, nomeadamente as ilhas Spratly e Paracel, fonte de tensão permanente na região, de acordo com a última edição eletrónica do Jakarta Post.
Susilo Yodhoyono referiu-se explicitamente à questão no discurso, afirmando que não se trata da ASEAN estar contra a China ou vice-versa, esperando ver "progressos para explorar medidas de confiança".
A presidência indonésia gostaria de sair da reunião com a definição dos elementos de um "Código de Conduta" a ser respeitado pelos países que disputam aqueles territórios, com regras para regular as relações no mar, que podem passar pela exploração conjunta, à semelhança do que se passa com o diferendo entre a Austrália e Timor-Leste no Mar de Timor, ainda que não resolvendo os litígios territoriais.
"Precisamos de enviar um forte sinal ao mundo de que o futuro do Mar da China meridional é previsível, controlável e otimista", exortou Susilo Yodhoyono.
O ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio, Marty Natalegawa, reuniu-se na segunda-feira com o homólogo do Brunei, Mohamed Bolkiah. À margem da cimeira, Natalegawa tem prevista uma reunião informal com o chefe da diplomacia chinesa, noticiou o diário indonésio.
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