O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, está visitando quatro países do Continente Africano nesta semana para discutir temas da agenda bilateral e fechar acordos de cooperação. Uma das escalas será em Durban, na África do Sul, onde o chanceler irá acertar os detalhes da viagem da presidente Dilma Rousseff àquele país, em outubro, para participar da reunião de chefes de Estado do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas).
Desde que assumiu o cargo, é a primeira vez que Patriota visita a África Subsaariana. Um dos principais motivos da viagem é a 7ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), que começa amanhã (22) em Luanda, capital de Angola. O grupo reúne sete países cujas populações falam português. Entre os temas que serão discutidos no encontro está a expansão do uso da língua portuguesa em organismos internacionais e o papel da CPLP na Organização das Nações Unidas (ONU).
“Há uma série de países que se aproximam da CPLP no âmbito das Nações Unidas. Sobretudo se você pensar que a CPLP reúne um país europeu, um latino-americano, vários países da África e o Timor Leste que é de outra parte do planeta. São países de conformação geográfica e níveis de desenvolvimento diferenciados. É uma comunidade que tem essa vantagem e vem se consolidando como um interlocutor muito válido”, disse o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes.
Antes chegar a Angola, Patriota visitou a Guiné-Bissau, onde foi recebido pelo chanceler Adelino Mano Queta e o presidente interino do país, Raimundo Pereira.
O Brasil preside, desde 2007, a Configuração para Guiné-Bissau da Comissão de Construção da Paz das Nações Unidas. Segundo o porta-voz do Itamaraty, a avaliação do ministro Patriota é de que há sinais “muito positivos” de evolução da democracia na região e de caminhos para a estabilidade.
A situação política da Guiné-Bissau também estará na agenda de discussões da reunião da CPLP. “O que fazemos no âmbito da CPLP é visto como um exemplo de fomento e cooperação para o desenvolvimento, um exercício muito mais efetivo do que mandar tropas militares. Achamos que a estabilidade se faz sobretudo com desenvolvimento, e esse é o modelo que queremos projetar”, explicou Nunes.
Em julho do próximo ano, Moçambique será sede da reunião dos chefes de Estado da CPLP. Tovar Nunes disse que a Guiné Equatorial também tem interesse em ingressar na comunidade e que essa adesão deve ser discutida na reunião de amanhã. Segundo o embaixador, o Brasil apoia a adesão da Guiné Equatorial, mas outros países ainda precisam amadurecer esse debate.
Da Agência Brasil
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