segunda-feira, 4 de julho de 2011

PARCERIAS LUSO-CHINESAS PROSPERAM NA BANCA E ADVOGACIA





Pequim, China, 4 Jul – As parcerias luso-chinesas na banca e advocacia estão a “prosperar”, ajudando a cimentar o papel de Portugal como “ponte da China para o mundo”, em particular o de língua portuguesa, de acordo com o jornal China Daily.

Em artigo publicado a 28 de Junho intitulado “Hub ibérico é a ponte da China para o mundo”, o jornal em língua inglesa de maior tiragem na China sublinha que o sector bancário e financeiro tem vindo a ganhar importância em Portugal e aponta o caso do grupo financeiro estatal Caixa Geral de Depósitos, que em Macau controla o Banco Nacional Ultramarino (BNU).

“É um bom momento para o BNU. Está a registar um crescimento recorde. O governo de Macau está a promover a actividade económica na região, o que tem estimulado os negócios e o comércio, o que significa mais actividade para o banco”, afirmou ao China Daily o “chairman” do banco, Rodolfo Lavrador.

“O BNU é um excelente exemplo do relacionamento dos dois países. Pode ser um guia para empresas portuguesas que querem investir na China e em Macau. Também pode ser uma referência para identificar oportunidades de investimento no mundo de língua portuguesa em países como o Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Timor-Leste – com os quais Portugal tem excelentes relações”, adianta o administrador do banco.

Um aumento de 25 por cento nos lucros em 2010 foi o resultado do mais recente exercício do BNU, presente há mais de um século em Macau.

De acordo com Lavrador, empresas portuguesas estão a ir para a China à procura de parcerias com empresários locais e o novo turismo e novas tecnologias são oportunidades para as pequenas e médias empresas.

Os objectivos do BNU passam por alargar a presença em Macau, mas também na Ásia.

Mais recente é a presença na China de sociedades de advogados como a Cuatrecasas Gonçalves Pereira que tem como clientes grandes grupos portugueses e também espanhóis, a quem presta serviços relacionados com a legislação empresarial ou fiscal.

“Os nossos escritórios em Xangai foram abertos porque sentimos que os nossos clientes queriam fazer negócios lá, instalando as suas empresas ou tendo relações comerciais com a China. Sentimos que precisávamos de segui-los e estar no mercado”, disse Manuel Castelo Branco, “managing partner” da Cuatrecasas Gonçalves Pereira ao China Daily.

“Agora, o nosso escritório em Xangai é uma janela forte através da qual os chineses podem olhar para a nossa firma e dizer que somos seus parceiros para investimentos em qualquer país em que tenhamos uma base”, adiantou.

Em Macau encontra-se a maior sociedade de advogados portuguesa, PLMJ, através de uma parceria com a DSL Lawyers e advogados baseados com carácter de permanência.

Da PLMJ Internacional Legal Network faz ainda parte uma parceria com a Dacheng, o maior escritório de advogados chinês, “desks” de Angola e Moçambique, além dos escritórios locais Gabinete Legal de Angola (GLA) e de Moçambique (GLM).

O China Daily destaca ainda o papel do Macau Fórum e de outras instituições da região autónoma chinesa na aproximação das comunidades empresariais dos dois países.

Enquanto as importações chinesas em Portugal cresceram mais de 32% no ano passado, as exportações para a China aumentaram quase 61 por cento, o comércio entre a China e os países de língua portuguesa expandiu-se no seu conjunto cerca de 50%.

O artigo sublinha o potencial de Portugal, para empresas chinesas, no abastecimento dos mercados europeus e outros, graças a boas infra-estruturas logísticas e de comunicação.

Outros atractivos, aponta, são a mão-de-obra “altamente qualificada” e uma localização “estratégica”, a par de relações privilegiadas com os países de língua portuguesa. (macauhub)

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