Eduardo Lobão (texto) e José Coelho (foto), enviados da Agência Lusa
São Tomé, 17 jul (Lusa) - Do lado da rua, a cada leitura do boletim de voto, alguém grita o nome do candidato e outro alguém junta mais um risquinho num caderno: estamos na Escola Primária Atanásio Gomes, no bairro de Ponte Graça, na capital são-tomense.
Estamos numa escola mas não é dia de aulas: é dia de aprendizagem do exercício da democracia, com a leitura do resultado da votação dos 372 eleitores inscritos na assembleia de voto 14 A, do círculo eleitoral de Água Grande.
É que hoje foi dia de eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, e oito homens e duas mulheres concorreram à sucessão do presidente cessante Fradique de Menezes, impedido de se candidatar a um terceiro mandato de cinco anos.
Voltamos à sala de aula.
O presidente da assembleia de voto desdobra o boletim de voto e diz qual o candidato que recebeu a confiança do eleitor ou se o boletim foi anulado ou está em branco.
Sentados nas carteiras, em vez de alunos, estão os delegados das candidaturas.
A cada nome lido em voz alta também do lado de fora da sala, virado para cerca de uma dezena de eleitores, alguém repete e o voto é inscrito num caderno.
Se alguém perde a conta e pergunta em voz alta qual foi a indicação vinda do interior, logo lhe é ordenado que se cale: "Deixa ouvir. No final vês", respondem-lhe.
Voltamos à sala de aula.
A urna ainda está gorda de boletins. Ainda falta um pouco antes de se saber quem venceu em Ponte Graça.
Embora ainda faltem uns meses para se voltar a ouvir de novo o bê-à-bá na Atanásio Gomes - os alunos regressam às aulas na primeira semana de outubro -, mas o tempo das eleições, esse já passou.
EL.
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