sexta-feira, 26 de agosto de 2011

AMNISTIA DENUNCIA ABUSOS COMETIDOS PELOS DOIS LADOS DO CONFLITO NA LÍBIA


Corpo abandonado em rua de Tripoli - foto Zohra Bensemra/REUTERS

JORNAL DE NOTÍCIAS

A Amnistia Internacional denunciou esta sexta-feira e apelou para o fim de abusos e de actos de tortura que afirma estarem a ser cometidos na Líbia pelos dois lados do conflito militar segundo testemunhos locais.

Em comunicado, a organização referiu que testemunhos "muito fortes", recolhidos por uma delegação local da Amnistia Internacional (AI), dão conta de actos de tortura cometidos pelas forças leais a Muammar Kadafi, mas também pelos rebeldes líbios, na cidade de Zawiyah, uma localidade costeira que fica próxima da capital líbia, Trípoli.

Os responsáveis rebeldes asseguraram à delegação local da AI que não vão repetir as violações dos direitos humanos cometidas pelo regime anterior, indicou a mesma nota informativa da organização, que acrescenta que estas garantias foram dadas durante um encontro realizado numa escola em Bir Tirfas, actualmente uma prisão para antigos soldados pró-Kadafi, mercenários ou apoiantes do antigo regime.

Mas, segundo a organização, as condições deste centro de detenção são extremamente precárias. Refere, a título de exemplo, que 125 pessoas estão encarceradas numa cela improvisada, sendo impossível andar ou dormir deitado.

Um prisioneiro denunciou que foi baleado numa perna e que foi severamente espancado durante a sua detenção, após entregar a respectiva arma. Outras testemunhas ouvidas pela AI denunciaram que os prisioneiros estão a ser "agredidos e insultados" na prisão.

A Amnistia mencionou ainda actos de tortura cometidos pelas forças pró-Kadafi, nomeadamente na prisão de Abu Salim, em Trípoli. Testemunhos recolhidos pela organização dão conta de violações de detidos por parte dos guardas prisionais.

Milhares de homens, incluindo civis não armados, desapareceram durante o conflito pelas mãos das forças pró-Kadafi", sublinhou a organização.

Alguns, recentemente libertados, relataram abusos e atos de tortura nas prisões de Sirte, a cidade natal de Kadafi, e de Trípoli, bem como a realização de execuções sumárias.

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