CORREIO DO BRASIL, Brasília
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, afirmou em depoimento no Congresso, nesta terça-feira, que sua “atitude e forma de agir sempre se pautou pelos melhores princípios de conduta ética”. Ele fez essa declaração ao responder ao senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que lhe perguntou “de onde partiu a voz de comando no esquema de corrupção arquitetado” nesse ministério.
- Quem está lhe falando aqui é um homem honesto, de vida correta – declarou o ministro.
Paulo Passos participou de audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado (CI). Ele assumiu o Ministério dos Transportes após o pedido de demissão de Alfredo Nascimento, que saiu da pasta após as denúncias de corrupção envolvendo superfaturamento de obras.
Alvaro Dias disse que “não adianta ao governo substituir Alfredo Nascimento por Paulo Sérgio Passos, porque o que precisa ser alterado é o modelo existente, que é complexo e corrupto”.
- E que limpeza é essa que o governo estaria promovendo, que não permite a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito] para investigar o caso? – questionou o senador.
Passos também rechaçou a acusação de que tenha liberado recursos para três obras em BRs com irregularidades graves, desconsiderando relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU). Acompanhado de assessores, Passos limitou-se na sua exposição inicial a falar sobre as três obras em trechos das BRs 265, 101 e 317.
– Não havia nenhum impedimento para suplementação de recursos nessas obras quando foram feitos. O Ministério dos Transportes não fez absolutamente nada de ilegal. Não se pode confundir uma indicação do TCU de paralisação por irregularidade grave com decisão, porque a decisão cabe ao Congresso – afirmou.
Passos assumiu o ministério no mês passado em meio a denúncias de corrupção que derrubaram 28 pessoas na pasta e em órgãos vinculados. Ele era secretário-executivo do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM), que perdeu o cargo no escândalo. Na sua fala inicial, Passos não citou os gastos contestados na gestão do antecessor.
Escritório
Ao ser questionado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO) se seria verdade que Valdemar Costa Neto despachava no Ministério dos Transportes, o titular da pasta, Paulo Pereira Passos, negou ter conhecimento disso.
– Não me consta que ele tenha escritório no ministério para despachar – declarou.
Deputado federal por São Paulo, Valdemar é secretário-geral do PR, partido envolvido nas denúncias de corrupção nesse ministério. Sobre a questão dos aditivos em licitações, que são muitas vezes vinculados a casos de superfaturamento, Paulo Passos disse que “ministro de Estado não examina nem aprova aditivos; eles estão previstos na Lei 8.666 (Lei das Licitações) e devem ser utilizados, desde que dentro da legalidade”.
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