ALEXANDRE NETO, Luanda - VOA
Angola expulsou à chegada a Luanda 19 convidados da SADC, entre os quais dois moçambicanos e uma americana
Pela segunda vez em 24 horas, as autoridades angolanas recusaram a entrada no país a 19 entidades convidadas a participar em eventos relacionados com a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, a decorrer na capital angolana. Com estes incidentes, está suspenso o 7º Fórum da Sociedade Civil da África Austral, que deveria ter lugar no âmbito da Cimeira da SADC.
Angola, na sua qualidade de país anfitrião, expulsou até agora à sua chegada, pelo menos, 19 pessoas, entre as quais dois jornalistas moçambicanos e uma cidadã americana, residente na Zâmbia. Este sábado, retiveram uma zimbabueana.
Loveness Kuda Nyakujarah, zimbabuena de nacionalidade, será recambiada neste domingo para o seu país de origem, por não lhe ter sido autorizada a entrada em Angola. Ela continua retida no aeroporto de Luanda desde ontem. Não conseguimos apurar em que condição se encontra a activista que veio a convite do FONGA, para participar no 7º Fórum da Sociedade Civil da África Austral.
O evento acontece a cada ano, na véspera da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC. Trata-se dum movimento de reflexão das organizações não governamentais, com propósito de contribuir e/ou influenciar as decisões dos políticos que se reúnem.
Depois da Namíbia no ano passado, desta vez coube a Angola, país anfitrião da Cimeira.
Chega a 19 o total de cidadãos provenientes de países membros da SADC “recambiados” nas últimas 48 horas do aeroporto internacional 4 de Fevereiro em Luanda, por supostamente não possuírem vistos de entrada no país rico em petróleo.
Na quinta-feira foi o grosso dos participantes impedido de entrar, incluindo Manuel Lourenço Cossa e Joana Maria Macia, ambos jornalistas moçambicanos.
O grupo inclui ainda uma cidadã norte-americana. Doreen Francis Stabinsky chegou na quarta-feira, tendo permanecido no aeroporto e recambiada hoje para a Zâmbia, país onde reside.
António Kiala presidente do FONGA, por nós contactado esta tarde, disse-nos que estava tudo tratado com a UTCAH- unidade técnica de coordenação das ajudas humanitárias, para que as entradas se fizessem sem constrangimentos.
O organismo governamental notificou as autoridades migratórias, que num primeiro momento permitiram até que dois dos visitantes entrassem sem problemas de maior.
De acordo com a mesma fonte, o quadro mudou na quarta-feira com a chegada do efectivo dos activistas, a quem foram negadas entradas e imediatamente repatriados.
Loveness Kuda Nyakujarah é, pois, a última vítima deste “desaguisado” processo.
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