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Bissau, 11 ago (Lusa) -- A economia da Guiné-Bissau deve crescer este ano 4,3 por cento, resultado da boa campanha de exportação do caju, principal produto comercial do país, e da construção de importantes infraestruturas, disse a ministra da Economia e Plano, Helena Embaló.
De acordo com a governante guineense, as previsões feitas pelo Governo apontam para que o país tenha boas possibilidades de crescer mais nos próximos anos desde que ponha em marcha os vários programas de reformas em curso, nomeadamente ao nível do setor militar.
"Segundo as nossas previsões, este ano teremos um crescimento de 4,3 por cento na nossa economia, um crescimento impulsionado por vários setores de atividades nomeadamente a exportação da castanha do caju, a construção de infraestruturas novas no país e melhores telecomunicações", observou Helena Embaló.
Para a ministra da Economia guineense, um crescimento na ordem de 4,3 por cento "é bom" mas o país tem capacidades para atingir outros números. Dados do Governo e da Camara do Comércio apontam para que o país este ano vá bater o recorde na exportação da castanha do caju, podendo exportar cerca de 170 mil toneladas do caju em bruto.
"Podemos crescer mais porque o país tem recursos e capacidades para isso, mas para já o Governo está satisfeito com os resultados atuais", indicou Helena Embaló, salientando que os parceiros do país elogiam a atual performance da economia guineense, embora esperem mais.
"Os nossos parceiros também aplaudem as nossas performances na economia, mas ainda assim esperam que avancemos rapidamente com os programas de reformas sobretudo ao nível do setor da defesa e segurança e ainda no combate ao narcotráfico", precisou a ministra da Economia.
O representante do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD), o guineense Ansumane Mané, já veio a público saudar o crescimento da economia da Guiné-Bissau, salientando que há muito tempo que o país não tinha uma notícia como esta.
"Há quase dez anos que o Governo não tinha nenhum acordo, nenhum programa com o Fundo Monetário Internacional, mas em 2010, o país conseguiu o perdão da dívida em mais de mil milhões de dólares e essa performance encoraja o BAD e outros parceiros a virem apoiar mais", disse Ansumane Mané.
"Na nossa perspetiva podemos dizer que nos últimos dois anos houve muita melhoria na gestão das Finanças Públicas da Guiné-Bissau. Isso é muito importante", sublinhou ainda Mané, apontando outros desafios para o futuro do país.
"É muito importante que as reformas no domínio da defesa e segurança continuem. Porque com a reforma há estabilidade e com a estabilidade vêm mais investimentos", afirmou o representante do BAD.
"Há muitas possibilidades na Guiné-Bissau com o BAD e eu, enquanto representante dessa instituição e como guineense que sou, luto sempre para que a Guiné-Bissau possa ter apoios do BAD, mas para isso é preciso que o país esteja estável", concluiu Ansumane Mané, antigo ministro da Economia e do Plano da Guiné-Bissau nos anos 1990.
*Foto em Lusa
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