A UNICEF revela que cerca de 700 crianças moçambicanas menores de cinco anos morreram este ano, num universo de seis mil casos de internamento por desnutrição aguda grave.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a que a Lusa teve acesso, referem que a província com maior número de mortes intra-hospitalares é a de Sofala, com 128, com um total de 772 internamentos, seguida de Tete, com 114 óbitos, Gaza (105) e Niassa (76).
A província com menos casos de morte, entre Janeiro e Junho, foi a de Maputo: Maputo Cidade (com estatuto de província) registou 24 óbitos e Maputo província assinalou 23.
A especialista de nutrição da UNICEF em Moçambique, Sónia Khan, referiu à Lusa que «Niassa é a província com maior taxa de óbitos (21 por) no internamento» enquanto »Nampula apresenta a menor taxa (sete por cento)».
«Considerando que a taxa máxima de mortalidade aceitável para desnutrição aguda grave é de dez por cento, podemos concluir que as províncias de Niassa, Tete, Sofala, Manica, Inhambane e Maputo Cidade estão acima do limite», referiu.
A nutricionista da agência das Nações Unidas considerou que «esta percentagem mortalidade por desnutrição aguda grave é bastante alta», o que representa uma «preocupação».
Sónia Khan assinalou que, em Moçambique, cerca de 44 por cento de mais de quatro milhões de crianças abaixo de cinco anos sofre de desnutrição crónica.
No ano passado, o Governo de Moçambique aprovou o Plano Multissectorial de Redução da Desnutrição Crónica, que pretende melhorar o estado e saúde nutricional das crianças e mulheres moçambicanas, reduzindo a taxa para 20 por cento, até 2020.
Segundo a especialista de Nutrição do UNICEF em Moçambique, desde finais de 2010, a agência da ONU apoiou as autoridades moçambicanas na formação de duas centenas de técnicos de saúde que vão trabalhar em programas para reduzir as percentagens de desnutrição aguda grave.
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