AYAC - LUSA
Chimoio, 22 ago (Lusa) - O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), oposição, vai concorrer às eleições intercalares nos municípios onde os autarcas da FRELIMO, no poder, renunciaram aos cargos, apelando para a "responsabilização dos desistentes", disse hoje à Lusa, o presidente do partido.
Daviz Simango, presidente do MDM, disse que o partido está preparado para concorrer em todas as autarquias onde ocorreram as renúncias, e condenou a forma como os autarcas deixaram os cargos considerando um "desrespeito ao voto popular e à democracia" no país.
"A Comissão Política Nacional do MDM decidiu concorrer às eleições intercalares em todas as autarquias onde ocorram renúncias, pois achamos ser justo ensinarmos a democracia", disse Daviz Simango.
Arnaldo Maloa, presidente do município de Cuamba, Niassa, e Sadique Yacub, de Pemba, Cabo Delgado, ambos da FRELIMO, renunciaram aos cargos. Deverão seguir-se nos próximos dias, as renúncias dos presidentes de Quelimane, Zambézia, e de Chókwè, Gaza.
Para Simango, que preside ao município da Beira, segunda cidade do país, do qual é o único autarca não eleito pela FRELIMO, as renúncias representam "um perigo para a democracia" em Moçambique.
"Quanto vão custar as intercalares ao país? Quanta frustração deixa a FRELIMO para a população destes municípios? As pessoas agora vão perguntar votar para quê, pois estas renúncias não são atos voluntários. Isso é perigo para a democracia", acusou Simango.
Ainda segundo a fonte, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve responsabilizar os renunciantes por as razões invocadas serem de interesse particular e não observarem os critérios definidos na lei, que incluem a prova documental que fundamente a renúncia.
"A agenda pessoal não pode estar acima dos interesses da agenda pública", defende Daviz Simango.
*Foto em Lusa
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