sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Portugal - "Troika": ARRANQUE DO PROGRAMA FOI BOM MAS É PRECISO MAIS




TSF

A "troika" atribuiu nota positiva à aplicação do programa de ajuda externa a Portugal, mas avisa que o calendário é apertado e o que foi feito até agora ainda não chega.

Na conferência de imprensa de balanço da aplicação do programa de ajuda externa que decorreu esta manhã, a comitiva da "troika" considerou que as medidas já adoptadas pelo governo português deixam antever que os objectivos finais serão alcançados.

Na primeira avaliação trimestral, a "troika" falou no empenho do novo Governo, que tem avançado dentro do calendário previsto as primeiras medidas-chave, mas alertou que o que foi feito até agora não chega.

O representante da Comissão Europeia, Jürgen Krôger deu o exemplo do imposto extraordinário deste ano.

«O imposto sobre o subsídio de Natal é apenas uma das medidas necessárias. Foi fácil, é claro, mas é preciso ir mais longe. O programa prevê cortes na despesa pública que são incontornáveis, mas também nas grandes empresas do Estado. Estamos muito atentos à redução destes custos», afirmou.

A imagem de Portugal saiu reforçada do último encontro de líderes, disse Poul Thomson, do FMI, por isso, o país não pode perder a oportunidade de seguir o plano de resgate à risca.

«O que a decisão dos líderes europeus quer dizer é que a bola está do lado de Portugal. O programa vai ter sucesso se as reformas forem implementadas, porque a Europa vai fazer tudo o que for preciso desde que Portugal seja perseverante», defendeu.

Contudo, Poul Thomson afirmou que os desafios mais difíceis estão para vir. O "homem" do Fundo Monetário Internacional falou num "Estado gordo", "pesado demais" que tem de sofrer uma "dieta" urgente.

«O perímetro do Governo foi crescendo ao longo dos anos, agora a chave do programa passa por para e reverter essa situação, e retomar o controlo das instituições públicas. E muitas das principais reformas ainda estão para vir. Vão ser estes os maiores desafios», avisou Poul Thomson.

O arranque, a partir de agora, tem de ser no sector fiscal, que permita um maior controlo sobre as empresas privadas, sector público e também a nível local.

«O próximo passo do Governo tem de ser a adopção de medidas no sector fiscal que sejam abrangentes e estruturais e que permitam retomar o controlo das empresas estatais, das parcerias público-privadas [PPP] e das várias entidades a todos os níveis, não só as locais», sublinhou o responsável do FMI.

Apesar dos buracos financeiros devido a casos como o BPN ou a dívida da Madeira, a "troika" acredita que a meta de 5,9 por cento do défice vai ser cumprida este ano.

- Notícia actualizada às 14h02

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