sexta-feira, 12 de agosto de 2011

São Tomé e Príncipe: Mais de 900 bolseiros no estrangeiro têm propinas em atraso




ANGOLA PRESS

São Tomé - Mais de 900 estudantes bolseiros são-tomenses a fazerem formação superior e profissional em diversos países da Europa, África e América Latina não recebem ajudas de custo há cerca de seis meses, informou hoje (sexta-feira) fonte do Ministério da Educação. 
 
"Nós pagámos até ao mês de Março" de 2011, confirmou à Lusa hoje Costa Carlos, coordenador do departamento de bolsas de estudo do Ministério são-tomense da Educação, Cultura e Formação (MECF). 
 
Angola, Portugal, Cuba, Moçambique, Cabo Verde, Argélia, Rússia, Brasil, Marrocos e Venezuela são os países que acolhem estudantes do arquipélago de São Tomé e Príncipe. 
 
O Ministério da Educação Cultura e Formação calcula que estão contabilizados 907 estudantes espalhados por 10 países, onde São Tomé e Príncipe tem estudantes a concluir formação. 
 
Portugal acolhe actualmente mais de 500 bolseiros distribuídos entre formação superior e profissional, recebendo cada um 250 euro por mês, para o caso de formação superior e 100 euros para aqueles que estão a fazer formação profissional. 
 
Os estudantes que recebem maior fatia em termos de ajudas de custo mensal são os que estudam na Argélia (cinco), que recebem 400 dólares norte americanos mês, Portugal, Cabo Verde (350 dólares), Moçambique (300 dólares) e Brasil (300 dólares). 
 
A Rússia, onde estão também cinco estudantes, é o país onde os estudantes têm maior dificuldade.  
 
Os bolseiro são-tomenses da Universidade de Amizade dos Povos da Rússia, na capital russa, correm o risco de serem expulsos desse estabelecimento de ensino, pois as bolsas de estudo são pagas com atraso e não têm meios para pagar o seguro médico e residência. 
 
Sistematicamente as autoridades do Ministério são-tomense da Educação são confrontadas com queixas de atraso no envio de propinas. 
 
"São mais de 03 milhões de dólares anuais que o Estado gasta só para pagamento das ajudas de custo com os estudantes no estrangeiro", disso Costa Carlos, lamentando a "impaciência" dos estudantes que "muitas vezes não compreendem o esforço que o governo faz para que eles recebam esse dinheiro".
 
A esses 907 estudantes no estrangeiro, somam-se ainda outros 300 que beneficiam de bolsas internas. A maioria deles é proveniente da ilha do Príncipe e estudam na Universidade Lusíada de São Tomé, no Instituto Universitário de Contabilidade, Administração e Informática (IUCAI). 
 
Na Venezuela encontram-se 10 estudantes, todos a fazerem medicina e são os únicos que não recebem ajudas de custo do Estado são-tomense.  
 
"Estudantes da Venezuela não recebem por serem chamados estudantes do Governo venezuelano, eles recebem lá todos os apoios necessários", explicou Costa Carlos. 
 
O coordenador do departamento de bolsas de estudo do ministério revela ainda que para este ano lectivo estão previsto irem mais cinco estudantes para a Rússia, outros cinco para Cuba, 25 para Marrocos, três para Argélia e dois para o Egipto, o que consequentemente vai aumentar as despesas com a formação no estrangeiro. 

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