ANTÓNIO TOZZI, Miami – DIRETO DA REDAÇÃO
Miami (EUA) - Enquanto o mundo discute a formação do Estado da Palestina – que, para mim, já deveria existir há muito tempo-, os jovens velhos cubanos dão mais uma mostra que não perceberam que o tempo passou e o mundo evoluiu. São jovens velhos mesmo. Autointulam-se membros da União de Jovens Comunistas, mas, na verdade, não passam de jovens com ideias velhas, porque, convenhamos, ninguém com ideias arejadas pode ainda acreditar em comunismo. Sobretudo no comunismo à moda cubana.
Pois não é que estes “jovens”, integrantes da tropa de choque castrista, foram valentes e impediram a manifestação de 35 senhoras que formam o grupo Damas de Branco, o qual denuncia, de maneira pacífica, os excessos do governo cubano por manter presos dissidentes que ousam criticar Castro e seus camaradas. Aliás, os tais “simpatizantes” devem mesmo ser funcionários públicos ou parentes deles – os únicos que não querem perder a boquinha porque senão terão de começar a trabalhar e ganhar o suor com o próprio rosto em vez de viver de futricas e dedodurismo contra os opositores.
A líder das dissidentes Damas de Branco, Laura Pollán, e as demais 35 mulheres foram hostilizadas, neste sábado, em Havana, por 300 seguidores do regime para impedi-las de realizar uma caminhada até a igreja onde comemorariam o dia da Virgem das Mercedes, padroeira dos presos. Os estudantes universitários e membros da União de Jovens Comunistas cercaram a casa da líder do grupo e empurraram e bateram em outras mulheres. Segundo Laura, “são sempre os mesmos, que seguem ordens de cima, não o povo que sofre sob o domínio dos governantes”.
O governo acusa as Damas de Branco e os demais opositores, de serem mercenários a serviço dos Estados Unidos e de provocar desordens para mostrar um suposto aumento da repressão, além de manter as provocações, apesar de 130 presos políticos terem sido liberados entre julho de 2010 e março de 2011 com a intermediação da Igreja, comandada pelo cardeal Jaime Ortega.
A oposição, por sua vez, garante que houve um aumento da repressão e protesta contra a manutenção mais de 500 presos políticos, e das contínuas prisões como a de três dissidentes detidos neste sábado em Havana quando iam a uma reunião.
Na verdade, este regime apenas se mantém às custas de repressão porque o povo já cansou da falta de liberdade. E os governantes convenientemente se escudam nos EUA para justificar as condições de vida do povo cubano. A economia vai mal? Culpa dos EUA. Falta comida? Culpa dos EUA. Ou seja, Cuba é incapaz de manter o que promete simplesmente por ter sido vítima da queda do Muro de Berlim. Antes, Fidel Castro conseguia enganar porque os soviéticos pagavam um preço irreal pelos artigos produzidos em Cuba, como açúcar e tabaco, mascarando a ineficiência produtiva da ilha. Agora, ao participar do mercado mundial, ficou escancarada a falta de competitividade do país, e os irmãos Castro ficam suplicando ajuda ao Brasil, à Venezuela e à China e a outros países numa tentativa de evitar o caos total.
Eles condenam o embargo comercial promovido pelos EUA como o grande vilão. Aqui, cabem alguns esclarecimentos: 1) o embargo só é mantido porque nenhum governante americano quer irritar os cubanos da Flórida que, equivocadamente, acham que isto serve como ajuda ao regime. Não é verdade, o principal punido é o próprio povo cubano; 2) o embargo não tem mais razão de ser após o final da Guerra Fria. O governo americano deveria suspender o embargo e resgatar o povo cubano daqueles governantes ineptos e dogmáticos.
Tão dogmáticos como parte da comunidade cubana que aqui vive. Imagine só que alguns exilados queriam proibir a apresentação do cantor Pablo Milanés pelo simples fato dele ser simpatizando do regime cubano – embora o artista não tenha poupado críticas a Fidel Castro em Miami, para surpresa de muita gente. Ou seja, os dois lados são extremamente radicais.
Outra bobagem repetida à exaustão – e na qual muitos acreditam – é o fato de que Cuba resistiu ao ataque dos EUA. O episódio da Baía dos Porcos não passou de uma aventura mal sucedida de alguns exilados cubanos que foram à ilha a bordo de avionetas para tentar derrubar Fidel Castro contra o desejo dos irmãos John e Bob Kennedy que não queriam provocar a então poderosa União Soviética. Se os EUA tivessem enviado mesmo suas Forças Armadas, Cuba seria dominada em um dia e o regime derrubado em poucas horas. Isto até parece o canto da carochinha para comunista dormir…
*Foi repórter do Jornal da Tarde e do Estado de São Paulo. Vive nos Estados Unidos desde 1996, onde foi editor da CBS Telenotícias Brasil, do canal de esportes PSN, da revista Latin Trade e do jornal AcheiUSA
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