JORNAL DE NOTÍCIAS - ontem
Mais de 1.500 profissionais das forças e serviços de segurança estavam, cerca das 18.30 horas desta quarta-feira, concentrados junto à Assembleia da República, segundo a organização do protesto, para manifestar a "indignação" pelo incumprimento das novas tabelas remuneratórias.
José Ribeiro é um dos cerca de duas dezenas de polícias que vieram fardados à concentração para "mostrar indignação" pela forma como dizem estar a ser tratados pelo Governo.
Na Polícia há 21 anos, o agente do Porto sabe quais são os riscos em participar fardado numa manifestação, mas referiu que assume as consequências.
Segundo o estatuto e o regulamento disciplinar da PSP, os polícias só podem usar farda em serviço, caso contrário podem incorrer num processo disciplinar.
José Ribeiro adiantou que já podia estar a ganhar mais 200 euros no seu vencimento, caso a nova tabela já tivesse sido aplicada, criticando ainda o Ministério da Administração Interna por estar a dever ,desde Fevereiro, os serviços remunerados que os polícias fazem para além do seus horário de trabalho.
Com bandeiras dos respectivos sindicatos, os profissionais dos serviços de segurança entoam palavras como "Passos escuta, os polícias têm razão" e "A luta continua, os polícias na rua".
Alguns membros da GNR estão na manifestação à civil mas como os barretes e bivaques da farda colocados, alguns deles com textos escritos.
Deputados do PCP, do Bloco de Esquerda e de "Os Verdes" estiveram na concentração para mostrar solidariedade e compreensão com o descontentamento dos polícias.
Convocada pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, a "Semana da Indignação dos Polícias" começou na última quarta-feira e termina esta quarta-feira com a concentração.
A principal reivindicação está no incumprimento da aplicação das novas tabelas remuneratórias na PSP e na GNR, tendo em conta que há profissionais que já foram colocados nos novos índices remuneratórios em 2010 e outros, a maioria, ainda não transitaram.
O ministro da Administração Interna já afirmou que "é muitíssimo estreito" o caminho para resolver o problema que herdou do anterior executivo socialista, que acusou de "leviandade".
Segundo o ministro, a aplicação do novo sistema remuneratório teria um impacto financeiro adicional para o Estado de 68,7 milhões de euros em dois anos.
Fazem parte da CCP a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (SPP), Associação dos Profissionais da Guarda (APG), Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima (ASPPM), Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF-SEF) a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE.
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