segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Brasil: ECONOMIA EM CHEQUE





Não adianta tapar o sol com a peneira, costumava afirmar Aureliano Chaves, quando estava diante de fatos e números. E assim deve ser para não haver frustrações e não aumentar dificuldades de qualquer ordem em relação ao momento econômico.

O Brasil está sem projetos em andamento. Os investidores estão desconfiados. A maioria das obras já licitadas, paradas por falta de recursos ou problemas de licenciamento, quando não de suspeitas da AGU ou, do Tribunal de Contas. Esta paralisia assusta. O Aeroporto de São Luís funciona numa cabana e, como as obras estão atrasadas, fizeram outra licitação que provocará a desmontagem da atual. Seria um caso do bom senso prorrogar o contrato existente, pelo mesmo preço. Aditar contratos tem sido prática abusiva e, quando é recomendável, não é feito.

Basta uma onda de mercado e vamos ter dificuldades. A questão do álcool está mal explicada. O país do etanol não possui produção nem para seu mercado interno. Como pode?

A questão do câmbio já nos coloca como um dos lugares mais caros do mundo. A consequência é este déficit na conta-turismo, uma vez que os brasileiros lotam todos os voos disponíveis até março praticamente. E os gastos não são maiores justamente pela falta de oferta de assentos.

Não se percebe pragmatismo no debate nacional. Parte do governo ainda está preocupado com teses políticas e ideológicas para tumultuar a vida do Congresso e gerar crises. A prioridade que devemos eleger é a de liberar os gargalos que fazem com que o país tenha limites ao seu crescimento e à sua competitividade.

Reformas são inadiáveis. Basta ver o que acontece na Europa. A demora foi fatal para Portugal e Espanha, que sabiam há muito tempo o que deveriam de ter feito.

A presidente deve sofrer e muito. Ela é mais uma executiva do que política. Esta situação é claramente percebida por ela, que já vinha acompanhando o PAC. E ainda tem de ficar ouvindo teses levianas de “companheiros” e ser contida na operação de limpeza ética que começou e teve de parar. O senador Aécio Neves, no entanto, já deu sinal de que a oposição e outros segmentos da sociedade podem apoiar propostas vindas do Planalto para o bem do Brasil.

*Aristóteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

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