quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cabo Verde: AEROPORTO INTERNACIONAL DA BOA VISTA TERÁ NOME DE ARISTIDES PEREIRA





José Maria Neves garante que o Aeroporto Internacional da Boa Vista terá o nome de Aristides Pereira, sendo este um dos tributos que o governo presta ao primeiro Chefe de Estado deste Cabo Verde independente que hoje vai a enterrar no Fundo das Figueiras.

Como forma de fazer perpetuar o pensamento de Aristides Pereira, JMN anuncia também um simpósio internacional onde se pretende reunir investigadores de diversas procedências que possam discorrer sobre o legado deste estadista que lutou para oferecer bem-estar ao seu povo, mas também teve papel importante na resolução de conflitos neste nosso continente. O Primeiro-ministro também deixou claro que a família contará com o apoio do Estado.

No final da cerimónia fúnebre de estado nesta terça-feira, o Primeiro-ministro adiantou aos jornalistas que Aristides Pereira será homenageado e que sua família não ficará desamparada. “Vamos garantir toda a protecção à família, designadamente dando-lhes uma pensão do Estado”.

“Também vamos dar o nome de Aristides Pereira ao Aeroporto Internacional da Boa Vista e vamos também tomar um conjunto de outras medidas para que os cabo-verdianos possam lembrar-se daquele que foi um dos grandes combatentes pela causa da independência, pela liberdade e pelo desenvolvimento de Cabo Verde”, garantiu o Primeiro-ministro.

José Maria Neves defendeu que “é preciso que os cabo-verdianos conheçam o contributo de Aristides Pereira para a história de Cabo Verde e de África”. Por isso, “pensamos organizar um simpósio internacional trazendo gente da África Austral, dos Estados Unidos da América, da Europa, e de outros pontos do continente africano para falarmos um pouco de Aristides Pereira e sobre o seu papel e sobretudo nos processos de paz no continente africano, cujo contributo foi enorme”, considera, sem avançar uma data para a realização do simpósio.

José Maria Neves disse que “é preciso que os cabo-verdianos estudem mais a história do país, leiam mais, conheçam mais os heróis desta história e nesse contexto também conhecer mais o contributo de Aristides Pereira”, o homem cuja morte constitui “uma enorme perda para Cabo Verde, para a Guiné-Bissau e para África”.

“Aristides Pereira é um dos últimos grandes dirigentes da luta de libertação em África, que acaba de falecer. Mas devo, por outro lado, regozijar-me com a grandeza da obra de Aristides Pereira, não só como combatente pela liberdade e dignidade dos africanos e da humanidade, na construção do Estado de Cabo Verde, e sobretudo na representação de Cabo Verde como um país digno”, avançou.

JMN defende ainda que o primeiro chefe de Estado “conseguiu projectar o país no mundo e teve um contributo decisivo para o equilíbrio, a moderação, a ética, o profundo sentido de Estado no exercício do poder em Cabo Verde”.

“Se temos hoje o que temos, em termos de instituições, do respeito e liberdades e garantias dos cidadãos, em termos de dignidade dos cabo-verdianos, devemo-lo a Aristides Pereira. Se Cabo Verde hoje é conhecido no mundo devemo-lo, com certeza, a Aristides Pereira que representou o país com muita dignidade, com muita humildade e com um elevado sentido de Estado”, rematou José Maria Neves.

O corpo deste estadista que tanto fez por Cabo Verde chega por volta das 10 horas à sua ilha natal, Boa Vista, onde será dado à terra, em cerimónia privada, no seu Fundo de Figueiras.

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